Os impostos foram citados como o principal fator limitativo de crescimento econômico, sendo lembrado por 30,2% do total de mais de dois mil domicílios entrevistados para cálculo do Índice de Confiança do Consumidor (ICC) de março.
A informação é do coordenador de Análises Conjunturais do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), Aloísio Campelo. Ao comentar o resultado do ICC, ele divulgou também corte especial da Sondagem das Expectativas do Consumidor de março, cujo tema era "obstáculos ao crescimento econômico".
A pesquisa foi realizada em sete capitais do País. As taxas de juros elevadas ficaram em segundo lugar como fator limitativo ao crescimento, sendo lembrada por 22,1% dos entrevistados, seguidas por desequilíbrio em contas públicas (19,6%). A inflação ficou em quarto lugar (17,2% dos pesquisados); seguida por carência de investimentos (5,3%); outros (3,7%) e nível da taxa de câmbio (1,9%).
O corte especial da sondagem também pesquisou entre os entrevistados fatores não econômicos que fossem limitativos ao crescimento. Em primeiro lugar ficou a corrupção (47,6%); seguida por nível educacional (20,6%); e saúde pública (10,%).
No caso desse último tópico, a cidade do Rio de Janeiro impulsionou o resultado; a questão de saúde pública foi lembrada por 23,4% dos entrevistados na capital fluminense - sendo que, em março do ano passado, a parcela de respostas para esse tipo de pergunta, no Rio, era de 14,8%.
O economista lembrou o avanço da dengue no Estado, no último mês, como fator de influência no resultado. "Quando se tem algo como a dengue, diminui a quantidade de pessoas trabalhando, que têm que pedir licença; além disso, aumentam os recursos para o SUS, gerando mais gastos. Isso limita o crescimento", explicou.
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