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09/04/2008 - Para a FEE, crescimento brasileiro pode ser afetado
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A crise do subprime nos Estados Unidos deve reduzir em um ponto percentual a taxa de crescimento da economia brasileira neste ano. A informação é do economista Antonio Carlos Fraquelli, da Fundação de Economia e Estatística (FEE). Ontem, em palestra organizada pelo Conselho Regional de Economia da 4a Região (Corecon/RS), o especialista afirmou que a crise no mercado americano poderá afetar o mundo inteiro. "O PIB dos Estados Unidos está distribuído pelo mundo, e provavelmente os problemas de lá terão reflexos para todos", afirmou.
Com isso, ele dissolve a tese de que o crescimento da China e de outros mercados emergentes devem, por si só, evitar um desaquecimento no consumo e na produção no planeta. Os primeiros efeitos da crise já podem ser vistos na economia dos países ricos. No primeiro trimestre, o Japão cresceu 0,1%, a Europa, 0,3% e os Estados Unidos apresentaram variação nula. O subprime americano já emplaca o 24o mês seguido de queda. Mesmo assim, Fraquelli avalia que ainda é cedo para afirmar que os Estados Unidos ingressam em um momento de recessão. Para que isso ocorra, é necessário que se analisem os resultados de dois trimestres. A última recessão americana foi na década de 1990.
No entanto, uma reação rápida do mercado ainda pode evitar uma redução no ritmo mundial. Fraquelli acredita que há boas chances de haver uma reversão no quadro no segundo semestre, especialmente pela velocidade com que as medidas econômicas vêm sendo adotadas. Confirmando-se a estabilidade, os preços do petróleo e das commodities devem baixar, freando o temor de inflação. "Se a solução vier rapidamente, é possível que a crise termine e não deixe contágio", acredita.
Mesmo assim, ele considera importante que o Brasil faça sua parte para aproveitar enquanto dure o bom momento da economia e também se proteja da crise. "O Brasil não conseguiu resolver os problemas de suas reformas e nem da energia, apesar do momento favorável da economia", observou Fraquelli.
Ao traçar o contexto do cenário atual, o economista lembrou que crise começou a ser desenhada no início da década, acentuando-se em 2002. A fragilidade do dólar e a intermitência do crescimento da economia dos Estados Unidos davam os primeiros sinais de que a economia estava ingressando em zona de turbulência, o que agravou-se e culminou na crise das hipotecas.






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