O retorno à normalidade nos estoques industriais, aliado a um ânimo renovado dos empresários em relação ao futuro de seus negócios, foi o fator que mais influenciou o aumento de 4,8% do Índice de Confiança da Indústria (ICI) de junho em relação a maio, anunciado ontem pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Segundo a fundação, entre os quesitos integrantes do índice de confiança que retratam o momento atual é possível destacar em junho a avaliação sobre estoques.
No total de empresas pesquisadas, em um universo de 1.062 companhias, 5,9% apontam que seus estoques estavam em nível insuficiente em junho - sendo que o percentual para essa mesma resposta era de 3,3% em maio. Já a fatia das que afirmam estar com estoques excessivos diminuiu de 14,1% para 12,4%, de maio para junho - o menor percentual desde outubro de 2008 (7,9%). De acordo com a FGV, das empresas consultadas em junho, 34,7% esperam melhora e 27,4% piora da situação dos negócios nos seis meses seguintes. Em maio esses percentuais haviam sido de 25,9% e 27,1%, respectivamente.
O ICI é um indicador que utiliza para cálculo uma escala que vai de zero a 200 pontos, sendo que o resultado do índice é de queda ou de elevação, se a pontuação total das respostas fica abaixo ou acima de 100 pontos, respectivamente. Os dados atualizados do índice mostram que, na passagem do mês passado para junho, o indicador subiu de 89,5 pontos para 93,8 pontos, na série com ajuste sazonal. Esse nível, segundo a FGV, é o maior desde outubro do ano passado, quando foi de 104,4 pontos, considerando-se dados com ajuste sazonal.
De acordo com a FGV, no ICI de junho, o resultado sustenta a tendência de recuperação da indústria verificada no segundo trimestre deste ano. O ICI é composto por dois indicadores. O primeiro é o Índice da Situação Atual (ISA), que teve alta de 4,4% em junho, após registrar aumento 7,6% em maio, nos dados atualizados na série com ajuste sazonal. O segundo componente do ICI é o Índice de Expectativas (IE), que apresentou avanço de 5,2% em junho, em comparação com a alta de 4% em maio, também na série atualizada com ajuste sazonal.
Na comparação com junho do ano passado, nos dados sem ajuste sazonal, houve quedas de 22,9% e de 19,6%, respectivamente para o ISA e para o IE, em junho deste ano.
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