Apesar de a balança comercial brasileira acumular, no ano, um superávit de US$ 12,448 bilhões, resultado 23,6% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, a soma das exportações mais importações (corrente de comércio) mostra uma queda no ritmo das transações internacionais. De janeiro até a terceira semana de junho deste ano, a corrente de comércio somou US$ 117,474 bilhões, valor 26,4% inferior aos US$ 159,596 bilhões registrados no mesmo período de 2008. Os dados foram divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
As exportações, no ano, que somam US$ 64,961 bilhões, têm média diária de US$ 564,9 milhões, o que representa uma queda de 22,1% em relação ao desempenho médio diário registrado no mesmo período do ano passado (US$ 725,1 milhões). As importações, que totalizam US$ 52,513 bilhões no ano, têm média diária de US$ 456,6 milhões, valor 28,5% menor que a média registrada no mesmo período de 2008 (US$ 639 milhões).
Em junho até a terceira semana (15 a 21), as exportações somam US$ 9,477 bilhões, com média diária de US$ 676,9 milhões, resultado é 23,5% menor que o desempenho médio diário das exportações em junho de 2008. Na comparação com a média diária exportada em maio (US$ 599,3 milhões), há um crescimento de 13%.
Essa retração em relação a junho de 2008 ocorreu em razão dos menores embarques de produtos manufaturados (-31,9%) - celulares, autopeças, gasolina, aviões, automóveis, etanol e laminados planos -; semimanufaturados (-20,7%) - principalmente, semimanufaturados de ferro e aço, catodos de cobre, ferro-ligas, couros e peles e óleo de soja em bruto -; e básicos (-13,3%) - motivado pela redução de petróleo em bruto, minério de ferro e carne suína, de frango e bovina.
Em relação ao desempenho médio diário das exportações em maio último (US$ 599,3 milhões), foi registrado um crescimento de 13%, motivado pelas vendas de produtos básicos (+16,7%), semimanufaturados (+15,8%) e manufaturados (+8,6%).
As importações somam, no mês, US$ 6,401 bilhões, com média diária de US$ 457,2 milhões. Esse resultado foi 39,5% menor que a média diária verificada em todo o mês de junho do ano passado (US$ 755,5 milhões), com retração nas compras brasileiras de adubos e fertilizantes (-68,1%), combustíveis e lubrificantes (-66,2%), produtos de borracha e obras (-37,3%), siderúrgicos (-32,2%) e equipamentos mecânicos (-31,2%).
Na comparação com maio deste ano, quando a média diária importada foi de US$ 466,7 milhões, também houve queda de 2%, motivada pelas menores compras de combustíveis e lubrificantes (-25,2%), siderúrgicos (-10,5%), farmacêuticos (-7,2%) e equipamentos mecânicos (-7%).
A média diária exportada na terceira semana de junho, de US$ 687 milhões, representou um crescimento de 2,3% em relação ao desempenho médio registrado até a segunda semana do mês (US$ 671,3 milhões). De acordo com o governo, esse aumento foi motivado pelos embarques de produtos básicos, que cresceram 9,3%, com destaque para as vendas de soja em grão, minério de ferro, petróleo em bruto, farelo de soja e fumo em folhas. Também houve aumento das exportações de semimanufaturados, de 5,7%, principalmente por conta das vendas de celulose, alumínio em bruto, semimanufaturados de ferro e aço e ferro-ligas.
As vendas de produtos manufaturados apresentaram, por outro lado, queda de 8,1% em comparação às duas primeiras semanas do mês, em razão das vendas de aviões, óleos combustíveis, autopeças, celulares, motores e geradores.
As importações, também pelo critério da média diária, apresentaram alta de 1,2% em relação ao mesmo período comparativo. O que motivou esse aumento foram os gastos com equipamentos mecânicos, químicos orgânicos e inorgânicos, adubos e fertilizante e produtos de borracha.
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