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15/06/2009 - Concorrência enfraquece o calçado brasileiro
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Brasil é o terceiro produtor mundial de calçados, com 800 milhões de pares por ano, superado apenas pela Índia, com 900 milhões, e pela China, com nove bilhões, mas a crise econômica mundial enfraquece o calçado brasileiro, que, ainda por cima, sofre com a forte concorrência dos importados chineses. O resultado é uma redução nas vendas externas brasileiras, que, no primeiro quadrimestre do ano, caíram 26,5% na quantidade de pares vendidos, embora o País se mantenha também como o quinto maior exportador mundial, com 165,5 milhões de pares comercializados no ano passado.
O Brasil só perde em volume de exportações de pares de calçados para a Itália (200 milhões), Vietnã (500 milhões), Hong Kong (700 milhões) e China (7 bilhões). A queda nas exportações brasileiras tem consequências sérias para o maior polo calçadista do País, o do Vale do Rio dos Sinos, no Rio Grande do Sul, que vem perdendo empresas, postos de trabalho e faturamento. O local é considerado o maior cluster (polo produtor) de calçados do mundo. A importância da produção de calçados é enorme, não apenas para a região, mas para a economia do Rio Grande do Sul em particular: no ano passado, o Estado exportou 51,5 milhões de pares, o equivalente a 31% do que o Brasil vendeu no exterior, e arrecadou US$ 1.117,7 bilhão, ou 59,4% do total obtido pelo País no mercado externo com as vendas de sapatos nacionais. Em 2007, havia, no Estado, 2.755 empresas calçadistas (35,2% do País), com 111.966 empregados (37% do setor no Brasil).
O faturamento também despencou: foram obtidos pelos exportadores brasileiros até abril US$ 469 milhões contra US$ 646,5 milhões de janeiro a abril do ano passado, uma redução de 27,4% nas vendas de calçados.


Falências e guerra fiscal ocasionam 20 mil demissões em Novo Hamburgo

O Sindicato dos Trabalhadores no Calçado de Novo Hamburgo, que já teve 27 mil profissionais cadastrados nos anos de 1990, hoje não conta com mais de oito mil filiados. Na avaliação de seus dirigentes, esses números retratam a crise que o setor calçadista vem enfrentando nos últimos anos.
O próprio diretor administrativo do sindicato, Luciano Fagundes, é um exemplo dessa situação. Ele só não foi demitido de uma fábrica de calçados femininos porque tem imunidade sindical: no ano passado, a empresa encerrou a produção de calçados em Novo Hamburgo e manteve apenas os setores de modelagem e amostras no município, o que custou o emprego de 390 trabalhadores, demitidos de uma vez só.
"A produção foi transferida para Bom Princípio e, lá, terceirizada. Eles ganharam incentivos, prédio e maquinário do município", conta Fagundes, ressaltando que esse fato é comum. Trata-se da guerra fiscal entre municípios gaúchos para atrair empresas. Segundo ele, isso também ocorre entre os estados, o que levou várias empresas calçadistas a se mudarem para locais como Santa Catarina, Bahia e Ceará.
Aos 34 anos e há 11 anos no mercado de trabalho - começou aos 12 anos na profissão de sapateiro - Fagundes diz que, se um prefeito oferece isenção de impostos a um empresário para que mude sua empresa de município, o prefeito do município visado tem que reagir da mesma forma, "pois o patrão só pensa em lucrar e, quanto mais a empresa ganhar em cima do trabalhador, para ela, é lucro".
Mas não é só a guerra fiscal que enfraquece a indústria calçadista de Novo Hamburgo. Fagundes cita a desvalorização do dólar em relação ao real, que prejudica as exportações e, consequentemente, reduz a produção, além da importação de calçados da Ásia, principalmente da China, como dois agravantes importantes desse quadro recessivo. O mais grave, segundo ele, é que algumas empresas importam calçado da China com valor mínimo, "simplesmente trocam a etiquetinha e vendem bem mais caro no Brasil, como se fosse produção local". Esses pontos, de acordo com ele, são os que mais afetam os empregos na indústria de calçados.





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