Cachoeirinha, 23/04/2024 Telefone: 51. 3470-1749  
 
 

 
    Notícias
 
Últimas Notícias
10/06/2009 - Mercado doméstico alivia a queda do PIB
VOLTAR  
O mercado interno, fortalecido pelo consumo das famílias e do governo, conseguiu impedir que o desempenho da economia no primeiro trimestre de 2009 confirmasse as previsões mais pessimistas e já leva economistas a melhorar as previsões para a economia no ano. O Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no Brasil, caiu 0,8% no período em relação aos últimos três meses de 2008 e 1,8% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado. A queda em relação ao último trimestre de 2008 é inferior à esperada pela maioria dos 32 analistas ouvidos pelo AE-Projeções, cuja mediana apontava uma retração de 2% na margem. Em valores, o PIB somou R$ 684,6 bilhões.
Mesmo funcionando como um "retrovisor" da economia, a queda menor que a esperada pelo mercado pode aliviar a pressão sobre o Banco Central na condução da política monetária, na avaliação do estrategista do BNP Paribas Alexandre Lintz. "Embora o PIB seja um dado velho, ele é importante para reduzir a pressão sobre o BC e reforça nossa aposta de corte de 0,50 ponto percentual da Selic", afirmou Lintz. Os juros básicos, hoje em 10,25% ao ano, podem cair para o nível recorde de um dígito nesta quarta-feira, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC termina o segundo dia de reunião para avaliar o nível de desaperto monetário necessário diante da evolução dos principais indicadores econômicos.
Concorda com Lintz o economista-chefe da LCA Consultores, Braulio Borges, para quem as notícias menos ruins sobre o nível de atividade determinam que está com os dias contados o ciclo de distensão monetária implementado pelo Copom em janeiro. "O BC deve adotar uma postura mais cautelosa para cortar os juros nesta quarta-feira, quando deve diminuir a Selic em 0,75 ponto percentual. Em julho, a taxa deve diminuir mais 0,25 ponto percentual e as reduções devem parar nesse ponto, em 9,25%." Mas, para ele, a desaceleração menos intensa do que a aguardada deve levar o País a crescer 0,5% neste ano. "Há 70% de chances do PIB registrar um número positivo até o final do ano", disse Borges.
Os dados também foram comemorados pelo governo. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ressaltou o aumento no consumo das famílias e do governo, salientando que as medidas anticíclicas adotadas pela administração federal já surtiram efeito. O ministro avaliou que o resultado mostrou capacidade de recuperação da economia brasileira, que tem reagido melhor que outras economias.
Embora a queda do PIB tenha sido menor que a esperada, foi o segundo resultado negativo consecutivo. Nos últimos três meses de 2008, o PIB brasileiro caiu 3,6%. Para alguns economistas, dois trimestres consecutivos de queda configuram uma "recessão técnica". Além disso, a queda na comparação com o primeiro trimestre de 2008 é o pior resultado para a comparação com iguais períodos do ano anterior desde o quarto trimestre de 1998, quando a queda foi de 1,9%.


Famílias brasileiras voltam a consumir mais no período

O consumo das famílias voltou a crescer no primeiro trimestre deste ano e subiu 0,7% em relação ao quarto trimestre do ano passado. Na comparação com os três primeiros meses de 2008, o consumo familiar teve alta de 1,3%. O consumo do governo continuou em expansão, de 0,6%, no primeiro trimestre de 2009 em relação ao último trimestre de 2008. Ante igual período do ano passado, o crescimento foi de 2,7% nos três primeiros meses de 2009.
Nos últimos três meses de 2008, os investimentos caíram 9,8% em relação ao trimestre imediatamente anterior, mostrando o efeito do agravamento da crise econômica, mas ainda com aumento de 3,8% em relação ao quarto trimestre de 2007. A gerente de contas nacionais trimestrais do IBGE, Rebeca Palis, considera "normal" o investimento cair ou crescer muito mais que o PIB. "Quando o PIB estava crescendo 6,5%, a Formação Bruta de Capital Fixo também estava crescendo muito mais. O investimento é muito mais volátil", afirmou a executiva.


Desempenho industrial cai 3,1% de janeiro a março

O Produto Interno Bruto (PIB) da indústria caiu 3,1% nos primeiros três meses de 2009 em comparação com o último trimestre de 2008. Na mesma base de comparação, a agropecuária recuou 0,5% e o setor de serviços, o de maior peso no PIB, foi o único com variação positiva, de 0,8%.
No primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, o PIB da indústria despencou 9,3%; a agropecuária caiu 1,6%, mas o setor de serviços cresceu 1,7%. O valor adicionado pelos três setores teve redução de 1,5% em relação ao mesmo trimestre de 2008 e os impostos sobre produtos tiveram retração de 3,3%.
Do total dos R$ 684,4 bilhões gerados pelo PIB no primeiro trimestre, R$ 584 bilhões se referem ao valor adicionado pelos setores de indústria, agropecuária e serviços e outros R$ 100 bilhões são impostos sobre produtos. Em 2008, o PIB em valor foi de R$ 2,9 trilhões, ou R$ 15,24 mil por habitante no ano.
Segundo a gerente de contas nacionais trimestrais do IBGE, Rebeca Palis, problemas climáticos prejudicaram a performance da agropecuária no primeiro trimestre. Ela citou dados de outra pesquisa do IBGE, a de levantamento sistemático da produção agrícola, que indica que no ano haverá quedas em relação a 2008 nas safras de algodão (19,7%), milho (13,2%), soja (3,9%), fumo (1,2%) e arroz (6,2%).
Todos os segmentos da indústria brasileira registraram queda no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, inclusive a construção civil (-9,8%). A maior queda foi a da indústria de transformação, de 12,8%, segmento que pesa 57,2% na parte de indústria da pesquisa do PIB e 16,2% no valor adicionado por todos os setores no PIB.
Rebeca Palis disse que as maiores quedas na indústria de transformação foram de máquinas e equipamentos (bens de capital), metalurgia, veículos automotores, mobiliários e vestuário e calçados. Ela observou que parte dos veículos automotores são considerados investimentos, como táxi, van e caminhão.
Os serviços industriais como energia, água e saneamento - considerados como um segmento da indústria na pesquisa do PIB - tiveram queda de 4,2% no período. A menor redução foi a da indústria extrativa, de 1,1%, atenuada pelo crescimento de 6,5% da extração de petróleo e gás. A extração de minério de ferro teve queda de 38,1%.
Além disso, os setores de serviços ligados à atividade industrial tiveram desempenho negativo nos três primeiros meses de 2009 em relação ao mesmo período de 2008, observou Rebeca. O comércio (atacadista e varejista) teve queda de 6% e os serviços de transporte, armazenagem e correio, de 5,6%. Os serviços de intermediação financeira, seguros e previdência, que lideraram o PIB por vários trimestres, desaceleraram no trimestre passado, mas mantiveram crescimento de 5,8% sobre o mesmo período de 2008.


Exportação diminui 16% em relação ao quarto trimestre de 2008

As exportações caíram 16% entre janeiro e março de 2009 em relação ao período de outubro a dezembro de 2008 e recuaram 15,2% em relação a igual período do ano passado, de acordo com o IBGE. As importações reduziram ainda mais, 16,8% no primeiro trimestre deste ano em relação ao quarto do ano passado e 16% na comparação com os primeiros três meses de 2008. A contabilidade das exportações e importações no PIB é diferente da realizada para a elaboração da balança comercial. No PIB, entram bens e serviços e as variações porcentuais divulgadas dizem respeito ao volume. Já na balança comercial, entram só bens e o registro é feito em valores, com grande influência dos preços.


Lula afirma que ficou triste com retração econômica do Brasil

O presidente Lula disse, em cerimônia no Palácio do Buriti, que ficou "triste" com o dado sobre a retração da economia brasileira. "Fiquei triste porque a gente vinha em um crescimento tão extraordinário (antes da crise econômica que atingiu o País no ano passado) e o PIB decaiu mais do que eu queria, mas menos do que foi anunciado pelos especialistas", afirmou o presidente. "Continuo acreditando que seremos os últimos a entrar e os primeiros a sair da crise", disse.
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, concordou que o resultado do Produto Interno Bruto no primeiro trimestre deste ano, apesar de negativo, nem de longe é igual ao que estava sendo projetado pelo mercado. "O pessoal estava projetando uma queda de 1,8% na margem (na comparação ante trimestre imediatamente anterior). Foi de fato um resultado muito menos negativo do que as projeções indicavam. Somando ao fato de que temos vários indicadores positivos posteriores a março, isso confirma a tese de que o governo tem defendido que vamos ter aqui uma crise muito mais curta do que em outros países", avaliou o ministro.
Conforme o ministro, o resultado do primeiro trimestre, menos negativo do que as projeções do mercado, reflete as políticas fiscal e monetária adotadas pelo governo. Paulo Bernardo considerou que o resultado da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, que se refere aos investimentos em produção) no primeiro trimestre de 2009, que registrou queda de 12,6% em relação ao quarto trimestre de 2008, foi o pior indicador divulgado. "É uma queda muito violenta. Nós tivemos um crescimento do investimento de 14% em 2008. Então, é uma reversão ruim, bem negativa."
Bernardo lembrou, porém, que já está havendo a retomada dos investimentos em alguns setores produtivos, como a construção civil e a indústria automotiva, e que isso acontecerá em outros. Para ele, há também uma recuperação no agronegócio e no mercado de trabalho. O ministro avaliou ainda que está ocorrendo também uma recuperação do crédito, puxada pelos bancos públicos. "Os bancos públicos puxaram o crédito para um patamar maior (do que aquele) que tínhamos em setembro", disse.
Bernardo lembrou que o governo optou por reduzir tributos em um momento difícil, apostando que valeria a pena perder receita para ter uma arrecadação maior no futuro, fruto do desempenho econômico.


Governo petista registra segunda recessão técnica

Os números do Produto Interno Bruto confirmam a segunda recessão técnica enfrentada pelo País no governo Lula, que já amargou um freio no crescimento em 2003, quando houve queda no PIB nos dois primeiros trimestres do ano. Porém, como alertam analistas, o cenário agora é bem diferente, tanto nas causas da queda quanto nas perspectivas de recuperação, que são bem mais favoráveis.
A recessão técnica ocorre quando um país registra queda no PIB na comparação com o período imediatamente anterior, por dois trimestres consecutivos. Para o economista-chefe da LCA, Braulio Borges, não há dúvida que o País esteve em recessão no primeiro trimestre, mas o princípio da recessão técnica é um "conceito burro", já que não leva em consideração outras variáveis da economia.
Para Borges, o diagnóstico do Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace) do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV), que apresentou no final de maio um detalhado estudo mostrando que o País está em recessão há seis meses, é mais correto porque leva em consideração uma diversidade de dados, como mercado de trabalho e atividade industrial. Esses parâmetros são também os considerados por comitês nos Estados Unidos e na União Europeia.
Um dos fatores que levaram o consumo das famílias a retomar o crescimento e expandir 0,7% em relação ao quarto trimestre de 2008 foi a melhora das condições de crédito, que apresentaram um resultado mais favorável nos primeiros três meses do ano em relação ao registrado no final do ano passado, avalia Borges.
Para o estrategista do BNP Paribas Alexandre Lintz, os números do PIB surpreenderam ao trazer "uma série de informações que nos deixam um pouco mais otimistas". "Nos surpreendemos com o resultado. O mais importante são os sinais de estabilização da economia. Tivemos uma contração muito forte no 4º trimestre de 2008 e a preocupação era de que isso poderia se estender nos próximos trimestres, principalmente com aumento do desemprego", disse. "Outro ponto animador é o componente serviços, do lado da oferta, que também voltou para o campo positivo", destacou.


Fundamentos econômicos são sólidos, diz Meirelles

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, avalia que os números do PIB apresentados nesta terça-feira evidenciam a resistência da economia brasileira e que o País continua com fundamentos sólidos. "O resultado do PIB do primeiro trimestre de 2009, divulgado nesta terça-feira pelo IBGE, mostrou que, apesar da queda observada pelo produto na margem, a economia brasileira tem fundamentos econômicos sólidos", cita Meirelles via assessoria de imprensa da instituição.
Na avaliação da autoridade monetária, os bons fundamentos ficam evidentes com a expansão do consumo das famílias, no lado da demanda, e pelo comportamento do setor de serviços, na oferta.
Para garantir o crescimento de 1% do Produto Interno Bruto em 2009, previsto oficialmente pelo governo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que é preciso mais redução das taxas de juros e novas medidas fiscais anticíclicas - ações que estimulam o crescimento econômico, como é caso de redução de impostos. "Crescer 1% neste ano não será tarefa fácil."


O QUE PUXOU A ECONOMIA PARA BAIXO
- Investimentos
Obras e compras de máquinas e equipamentos, que já haviam desabado no final do ano passado, caíram mais 12,6% no início do ano.
- Exportações
Retração do mercado mundial derrubou as vendas de produtos brasileiros ao exterior, que encolheram 16% no primeiro trimestre.
- Indústria
Responsável pela maior parte dos investimentos e das exportações, teve queda de 8,2% no quarto trimestre de 2008 e mais 3,1% no primeiro de 2009.
- Agropecuária
Com menos encomendas do exterior, a produção total caiu 1% no final do ano passado e mais 0,5% de janeiro a março.

E O QUE EVITOU UMA QUEDA MAIOR
- Massa salarial
Indicador, que leva em conta o total de empregos e rendimentos, passou a mostrar alta menor, mas ainda foi 5,2% maior do que a de um ano atrás.
- Consumo das famílias
Como não houve queda geral do poder de compra e os bancos públicos elevaram o crédito, as compras de bens e serviços subiram 0,7%.
- Gasto público
A aquisição de bens e serviços pelos governos se manteve em alta, de 0,6% no início do ano, pelo terceiro trimestre consecutivo.
- Serviços
Saúde e educação, bancos, seguros, informação e aluguel, entre outros, tiveram expansão de 0,8%, depois de uma queda de 0,4% no final de 2008.


CNA faz ressalvas à metodologia do IBGE

A Confederação da Indústria e Pecuária do Brasil (CNA) informou, por meio de nota, que, por uma questão metodológica, a queda do PIB apresentada pelo IBGE pode ter sido maior do que a anunciada. "Como o IBGE utiliza em seus cálculos a metodologia de preços constantes - isto é, entre dois anos consecutivos, as produções de ambos são avaliadas a preços do primeiro ano -, ainda não é possível constatar a queda de preços verificada em alguns produtos da agropecuária", argumentou a Confederação no documento. "Se fosse possível, a queda observada para o setor agropecuário seria maior."
O texto traz, porém, uma visão otimista para o futuro, já que a expectativa é de que, apesar dos números negativos no primeiro trimestre, os resultados sejam melhores no segundo. "Isso não quer dizer que o setor terá o mesmo desempenho observado em 2008, mas que possivelmente o cenário de queda poderá ser interrompido."
Para a CNA, a redução do PIB, de 1,8% em relação ao primeiro trimestre de 2008 e de 0,8% quando comparado ao último trimestre do ano passado, já era aguardada. "A queda observada no último trimestre de 2008 dificilmente seria compensada em apenas um trimestre."


Como repercutiram os resultados

- Os dados revelam que podemos denominá-lo de PIB geladeira, já que a economia brasileira ficou abaixo de zero no início deste ano.
Presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva

As medidas de reativação da demanda doméstica, por meio de ações fiscais, tributárias e creditícias, contribuíram para reduzir o impacto da demanda, como atesta a menor taxa de queda.
Nota da Confederação Nacional da Indústria (CNI)

- O PIB do País poderia ter tido resultado melhor se o BC tivesse iniciado muito antes o ciclo de redução dos juros.
Presidente da Fecomercio de São Paulo, Abram Szajman

- A economia brasileira foi menos afetada pela crise internacional do que o esperado. São perceptíveis os indicadores de que o crescimento já vem sendo retomado.
CEO da BDO Trevisan, Eduardo Pocetti

O resultado do Brasil no primeiro trimestre demonstra que o País é um ponto fora da curva no cenário de crise global.
Estrategista de mercados emergentes do Commerzbank, em Londres, Luis Costa





  Rahde Consultores e Auditores
  Av. Flores da Cunha, 1320 - Cachoeirinha - RS
  Telefone: 51. 3470-1749 E-mail: auditor@rahde.com.br
Produzido por: ACT2


Visitantes deste website: 1581134
RAHDE - Consultores e Auditores CRC RS 3269