O Banrisul anunciou a ampliação da dotação de limites de crédito no valor de R$ 4,7 bilhões para ser contratados por clientes pessoa física e jurídica, além da redução das taxas de juros e ampliação no prazo de pagamento. As medidas foram divulgadas ontem, durante o seminário de gerentes do banco, que reuniu mais de 700 executivos da instituição na Capital, entre a diretoria, superintendentes e gerentes. Segundo o presidente do Banrisul, Fernando Lemos, o crédito tornou-se o elemento fundamental e a força motora para o crescimento. "No momento em que a economia está reagindo positivamente, é necessário envolver a cadeia produtiva nos diversos setores econômicos para manter e gerar empregos e renda",
afirmou o executivo.
No segmento pessoa física, os servidores públicos estaduais e municipais do Estado têm à disposição limite de crédito pré-aprovado no CDC Veículos consignado, com prazo de até 60 meses e taxa de juros de 1,48% ao mês, e a possibilidade de financiar até 100% do valor do veículo. Também, no crédito pessoal consignado para esses servidores ocorreu a redução da taxa mínima de 1,90% a.m. para 1,50% a.m. e a taxa máxima de 2,75% a.m. para 2,50% a.m., com o aumento do prazo para até 84 meses.
Ainda na pessoa física, o banco oferece o crédito automático, que é voltado para o consumo, com prazo de até 24 meses e taxas que variam entre 2,39% a.m. e 2,50% a.m. Nesta modalidade, o Banrisul disponibiliza limites de crédito pré-aprovado para cerca de 1,1 milhão de clientes. Além disso, o Banrisul reduziu as taxas do cheque especial, passando a taxa mínima de 5,90% a.m. para 5,80%a.m.
Já para a pessoa jurídica, o Banrisul reduziu a taxa de juros das operações de capital de giro para as empresas do segmento de varejo, nas modalidades com recebíveis. Nas operações de desconto de recebíveis do Banricompras a taxa diminuiu de 1,70% a.m. para 1,50% a.m., enquanto no desconto de títulos e cheques a taxa caiu de 1,90% a.m. para 1,70% a.m.
De acordo com Lemos, o banco disponibiliza a dotação de R$ 1 bilhão para capital de giro às empresas dos segmentos da indústria, comércio e serviços. "Como na economia o segundo semestre do ano é, historicamente, mais dinâmico, os empreendedores precisam de recursos para ter capacidade de compor os seus estoques", avaliou. O presidente lembrou, ainda, que a ampliação dos prazos e a redução de taxas não mudam a política de concessão de crédito do banco. "A instituição possui critérios técnicos de seletividade, qualidade e rigor no cadastro e nas decisões de crédito", enfatizou, salientando que a carteira de crédito do Banrisul, atualmente, registra um volume total de cerca de R$ 12 bilhões.
FGCs poderão oferecer R$ 50 bilhões a pequenas e médias empresas
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem que dois novos fundos garantidores de crédito (FGCs), que estão sendo criados pelo governo com montante total de R$ 5 bilhões para pequenas e médias empresas (PME), terão o poder de alavancar em até dez vezes esse valor, o que pode resultar no aval de até R$ 50 bilhões em financiamentos pleiteados por esses segmentos e companhias.
Mantega informou pela
manhã que uma Medida Provisória (MP) deve regulamentar a operação de FGCs no País. Ele explicou que um deles deve envolver capital de R$ 1 bilhão e pode ser agregado a recursos que já estão disponíveis no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), que somam de R$ 600 milhões a R$ 700 milhões. O ministro também destacou que um outro fundo garantidor de crédito está em estudo e deverá ter um montante de R$ 4 bilhões, que também serão destinados para pequenas e médias. Neste caso, o FGC provavelmente será operacionalizado pelo Banco do Brasil.
"As pequenas e médias empresas, em geral, quando pedem um financiamento no banco, são perguntadas sobre quais são as suas garantias. Agora, com esses recursos, o governo proverá as garantias que esses empresários precisam para desenvolver as suas atividades", salientou. Mantega deu como exemplo um outro FGC, que visa a apoiar financiamentos solicitados por fornecedores de pequeno e médio porte da Petrobras. O patrimônio desse FGC é de R$ 5 bilhões. O ministro destacou que a empresa programa investimentos de R$ 66 bilhões este ano.
"Esse fundo é relacionado a crédito e performance para a indústria naval brasileira. Isso significa que a Petrobras está encomendando plataformas de perfuração e exploração para empresas nacionais. Mas como essas companhias são pequenas e não têm capital, não possuem garantia. Então, criamos um fundo com R$ 5 bilhões para dar as garantias", relatou.
A criação de FGCs faz parte de medidas fiscais e monetárias adotadas pelo governo federal para diminuir os impactos da recessão mundial. Além dos setores da construção civil, automobilístico e de produtos de linha branca, o governo também elevou de forma substancial a concessão de crédito.
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