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08/06/2009 - Procura por pacotes de viagens se mantém
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O acidente com o avião A330, da Air France, no trajeto entre Rio de Janeiro e Paris assustou a população, mas seus efeitos práticos no mercado do turismo são nulos. Com a proximidade das férias escolares em julho, companhias aéreas e agências de viagem gaúchas chegaram a cogitar uma redução na procura por pacotes - reação natural após uma tragédia de grandes proporções.
No entanto, a procura por viagens se manteve estável, diz Carmen Marun, presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagem no Estado (Abav-RS). "Após o acidente com o voo da TAM (3054, ocorrido em 2007 quando ia de Porto Alegre a São Paulo), o impacto foi maior, pela proximidade que havia com os gaúchos", explica. Naquela ocasião, as agências sentiram uma interrupção de duas semanas nos negócios, inclusive com cancelamentos de pacotes.
No caso da Air France, o distanciamento do Rio Grande do Sul gerou um efeito diferente. Carmem diz, por outro lado, que a proximidade de tempo entre ambos os desastres aéreos envolvendo brasileiros tende a causar algum desconforto nos passageiros, mesmo sabendo-se que a probabilidade de um acidente aéreo ocorrer é pequena.
A sensação de medo para quem vai viajar é comum nestas situações, explica Christian Haag Kristensen, professor do curso de Psicologia e pesquisador da Pucrs. É natural que as pessoas que já estão com passagem comprada para as próximas semanas tenham desconfortos, que se refletem em ansiedade e dificuldades para dormir.
"Não se pode minimizar o efeito ao desastre, mesmo quando ele não envolve parentes ou amigos", observa. A reação ocorre especialmente nos primeiros dias após o acidente e costuma perturbar por até duas semanas. No entanto, é importante analisar friamente a situação, compreendendo como estes tipos de imprevistos são raros. "Nestes casos é importante conversar com amigos e familiares para buscar argumentos racionais que ajudem a superar o momento de ansiedade", explica Kristensen. Em casos mais extremos, o medo pode fazer com que a pessoa desista do embarque, decisão que obviamente não é saudável. "Se este medo permanecer por mais de três semanas é importante que se busque ajuda profissional", sugere.
Um elo importante a ser trabalhado quando ocorre um desastre aéreo às vésperas de uma viagem são as crianças. Ao verem repetidas vezes imagens do acidente nos noticiários, a impressão que elas têm é de que a tragédia tem se repetido diariamente. Este bombardeio de informações pode causar uma reação de pânico na sala de embarque se não for bem trabalhado. "Nestas situações, é importante manter as crianças longe dos noticiários por alguns dias", diz a especialista.





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