Cachoeirinha, 09/05/2024 Telefone: 51. 3470-1749  
 
 

 
    Notícias
 
Últimas Notícias
12/05/2009 - Jovens comerciários têm estudo e renda menores
VOLTAR  
A porto-alegrense Evelyn Guimarães representa uma minoria no comércio da Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA). A jovem de 19 anos está no grupo de menos de 30% dos comerciários entre 16 e 24 anos da região que trabalha e estuda. Mas para isso, a jornada é puxada: são mais de 12 horas diárias entre a função de caixa - oito horas de uma loja de calçados e a faculdade de Publicidade e Propaganda. "As pessoas desistem de estudar porque não dá tempo. Mas meu sonho é ter uma profissão. Não vou desistir", justifica a jovem.
O esforço de Evelyn pode ajudar a escrever um futuro diferente do panorama atual do setor, revelado ontem em um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O Boletim do Trabalho no Comércio mostrou cenário adverso para os jovens que atuam em lojas e demais estabelecimentos comerciais. O diagnóstico demarcou o contraste entre a mão-de-obra abaixo de 24 anos e os mais velhos na Grande Porto Alegre e nas outras cinco regiões incluídas na Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED).
O estudo baseado em dados da PED de 2008 apontou que os trabalhadores mais novos ganham pouco mais da metade do rendimento médio real pago às pessoas com mais de 25 anos empregadas no setor na Região Metropolitana de Porto Alegre. Segundo o boletim, eles recebem em média R$ 623,00 mensais, enquanto os mais velhos ganham R$ 1.061,00. A estudante de Publicidade e Propaganda está em situação ainda pior. Seu salário líquido em abril foi de R$ 540,00. "Só entre a faculdade e o transporte para estudar gasto quase R$ 600,00", confronta a comerciária.
A economista do Dieese e autora do levantamento, Daniela Sandi, atribui as diferenças à forma de ingresso da mão-de-obra novata neste setor, menor qualificação e jornada elevada que impede a continuidade da formação escolar, além da maior rotatividade nesta faixa etária. O boletim indicou que 68,3% dos jovens permanecem até dois anos no emprego, enquanto entre adultos acima de 25 anos a proporção é de 45,8%. "A vaga no comércio costuma ser o primeiro emprego do jovem por não exigir maior qualificação", analisa Daniela. A PED reforça essa alternativa: um a cada quatro ocupados entre 16 e 24 anos na RMPA estava no comércio no ano passado. O estudo apontou outro dado significativo: o jovem comerciário na Capital e Grande Porto Alegre contribuiu com 34,6% da renda familiar, que pode representar até 69% dos ganhos nos grupos mais pobres.
Uma vantagem na relação com os mais velhos é que a fatia de contratos com carteira assinada chega a 73% entre jovens, e é de 50,8% entre os veteranos. Daniela identificou que 70% dos trabalhadores até 24 anos não estudam. Nestes casos, a jornada de trabalho chegou a 47 horas semanais na RMPA. "Já os que estudam têm jornada de 41 horas, mas representam apenas 28,7% do total empregado", contrapõe a economista. A autora do estudo sugere que políticas públicas e da sociedade assegurem condições para conciliar estudo e trabalho. "Sem chance de estudar, o jovem fica limitado na chance de melhorar sua renda e, consequentemente, de toda a família", alerta Daniela. A PED mostra que, no ano passado, 47% dos jovens do comércio possuíam Ensino Médio Completo, 33,1%, haviam conseguido completar o Ensino Fundamental, 10,6% tinham Fundamental incompleto e apenas 8% cursavam Ensino Superior.


Sindicatos divergem sobre qualificação de mão-de-obra

Uma das diretoras do Sindicato dos Empregados do Comércio de Porto Alegre (Sindec), que soma 105 mil trabalhadores, Cidia Fabiane Correa dos Santos, opina que a mudança na condição de inserção do jovem só ocorrerá com maior valorização da mão-de-obra pelas empresas. Cidia aponta a redução da jornada, de 44 horas para 40 horas semanais como uma alternativa que facilitaria a manutenção dos estudos. Na convenção coletiva da categoria, firmada com o Sindicato dos Lojistas (Sindilojas), há uma cláusula que abona faltas para fazer provas semestrais em cursos regulares e mesmo Vestibular. "Mas seria importante se as empresas criassem incentivos para quem quisesse estudar", sugere.
O presidente do Sindilojas da Capital, Ronaldo Sielichow, admite que há baixa qualificação e escolaridade dos mais jovens. "É um problema sério e mesmo quem tem alguma escolaridade precisa aprender disciplinas básicas para trabalhar, como matemática", informa o dirigente. Segundo Sielichow, a entidade junto com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) busca criar cursos para capacitar a mão-de-obra. "Sem preparo, o empregado não rende o que poderia e compromete o resultado da empresa", justifica. Já a diferença salarial entre mais novos e mais velhos, o presidente do Sindilojas atribui ao tempo de trabalho e à experiência no setor. A criação de incentivos para funcionários que desejarem estudar depende de cada empresa. "A redução da jornada pode facilitar, mas tudo depende da vontade do comerciário. Somos contra a medida, pois acabará encarecendo a contratação e isso vai ter de ser repassado ao consumidor."





  Rahde Consultores e Auditores
  Av. Flores da Cunha, 1320 - Cachoeirinha - RS
  Telefone: 51. 3470-1749 E-mail: auditor@rahde.com.br
Produzido por: ACT2


Visitantes deste website: 1588090
RAHDE - Consultores e Auditores CRC RS 3269