Mesmo diante da crise financeira internacional e do cenário de recessão, a venda de veículos segue acelerada no Brasil. A perspectiva é de que os negócios repitam os resultados alcançados no ano passado, quando houve acréscimo de vendas de 14% sobre 2007, em 2,82 milhões de unidades. "Temos que basear nossas expectativas nos resultados de 2007, quando as vendas começaram a acelerar no País", diz Sérgio Antônio Reze, presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Reze esteve em Porto Alegre na quinta-feira, participando do encontro regional do setor. Entre janeiro e abril deste ano, foram vendidas 866,4 mil unidades no Brasil, um acréscimo de 0,13% sobre os resultados no mesmo período do ano passado. "Os números indicam que 2009 não será tão ruim como estava se anunciando", conclui, atribuindo os resultados à resistência da economia nacional perante o cenário externo e a política de redução de impostos para o setor por parte do governo federal.
No Rio Grande do Sul, as vendas acumuladas nos primeiros quatro meses de 2009 chegaram a 55,4 mil unidades, um acréscimo de 14,9% em relação ao mesmo período do ano passado. O Estado cresce mais do que o País pela recuperação de sua economia e a existência de uma demanda reprimida, acredita Hugo Pinto Ribeiro, presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado (Sincodiv-RS).
"Mais uma vez o Estado deverá ter um bom ano na venda de veículos automotores", projeta. Em 2008, foram emplacados 258,9 mil veículos no Rio Grande do Sul. Os resultados deverão ser estimulados pela recuperação da venda de motocicletas, que receberam incentivos fiscais recentemente. Por outro lado, a venda de caminhões e máquinas segue em baixa.
O cenário global desfavorável, no entanto, não deve frear os investimentos das montadoras no País, tendo em vista o potencial de crescimento e a visão de longo prazo dessas companhias. A ampliação da fábrica da General Motors em Gravataí seria um exemplo do interesse das companhias em produzir mais no Brasil, assim como os aportes anunciados pela Toyota. "As empresas sabem que há mercado potencial no País", explica Reze.
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