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30/04/2009 - Crise dura mais cinco trimestres, calcula analista
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crise financeira internacional ainda irá durar pelo menos mais quatro ou cinco trimestres, calcula Roger Wright, sócio-fundador da Arsenal Investimentos, de São Paulo. Suas previsões levam em conta o período médio das crises econômicas mundiais nos últimos anos, que tem duração normal de sete trimestres. No caso da turbulência corrente, seis meses já se passaram desde a piora da recessão internacional.
"Medidas como o aumento dos investimentos em infraestrutura por parte dos países desenvolvidos, reduções nos juros a níveis próximos de zero e ajuda financeira de governos apontam para perspectivas melhores para a economia", disse ele durante a reunião-almoço Tá na Mesa, da Federasul, na quarta-feira.
Wright prevê que sejam necessários mais pelo menos seis trimestres para que a economia retorne aos patamares anteriores à crise. "Passamos pelo fundo do poço nos últimos meses, agora as soluções começam a ser encontradas", percebe. Ele lembra, no entanto, que as soluções não podem repetir os erros das turbulências anteriores, quando países se fecharam para o comércio internacional e prejudicaram-se de forma recíproca. Será preciso ter prudência. "A recuperação será suave, pois não existe uma demanda reprimida que exija novos investimentos das indústrias", observa.
A estimativa do executivo é de uma queda de PIB entre 1,5% e 3% na economia global neste ano, para uma recuperação que deve se iniciar em 2010 com um crescimento de 1,5%.
Segundo ele, as consequências da crise no Brasil são mais amenas devido à restrita participação dos negócios internacionais na economia do País: apenas 26% do PIB brasileiro está relacionado às exportações e importações. Desta forma, a economia brasileira deverá cair apenas 0,5% em 2009, enquanto o desemprego passará para 10%.
O País, por sinal, adotou medidas financeiras adequadas para este momento. "A redução gradual de juros pelo Banco Central foi no ritmo correto, e as medidas para liberar crédito, como a liberação do compulsório, foram adequadas", entende Wright. Por outro lado, o especialista aponta erros nos incentivos fiscais concedidos, dizendo que estes foram apenas para alguns setores, mostrando que o governo está sensível às pressões políticas.
O apoio rápido à construção civil é elogiado pelo analista. No entanto, a crise mostrou que, mais uma vez, o Brasil deixou de fazer as reformas quando vivia um período de bonança, e isto será mais difícil agora. Ao permanecer com um ambiente de burocracia exagerada e insegurança jurídica, o País voltará a crescer menos quando o mundo retomar a saúde financeira. "Lá por 2012, quando o mundo voltar a crescer no ritmo de 8%, o Brasil continuará com expansão na casa de 4%", aponta.
A crise deixará uma herança que poderá evitar que as próximas turbulências sejam tão graves: a certeza de que é preciso se estabelecerem regras mais rígidas nos controles financeiros e nos mecanismos remuneratórios bancários e de fundos. O rating para empréstimos deverá ser mais restrito quando a situação melhorar, assim como as empresas precisarão ser mais contidas nas operações de hedge.






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