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16/04/2009 - Receita propõe zerar o IPI para a linha branca
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A Receita Federal entregou ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, um estudo propondo zerar ou reduzir a alíquota do Impostos sobre Produtos Industrializados (IPI) para alguns produtos da linha branca. Segundo o documento, que chegou nesta terça-feira às mãos do ministro, a desoneração seria por três meses e resultaria em uma perda de arrecadação de R$ 264 milhões no período.
A medida seria aplicada a máquinas de lavar, fogões, tanquinhos e geladeiras. Além da alternativa de zerar a alíquota por três meses, o estudo sugere um outro cenário, no qual a redução da alíquota seria de 50%, o que causaria uma queda menor na arrecadação. A Receita Federal informa que, agora, caberá ao ministro da Fazenda decidir se adota ou não a proposta.
O presidente do Conselho de Administração do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, afirmou que a expectativa sobre a redução do IPI incidente nos produtos da linha branca trará bons resultados para a siderurgia a exemplo do que ocorreu com a desoneração do imposto para a indústria automotiva. "A redução é extremamente importante, porque a linha branca também é um grande consumidor de aço", afirmou.
Gerdau, que participou ontem do Ciclo de Debates Minas Combate a Crise, ressaltou que a queda na demanda mundial por aço chegou a um patamar entre 40% e 45%, com o agravamento da crise financeira global, a partir do ano passado e que ainda é difícil precisar quando o equilíbrio entre oferta e procura irá se estabelecer. "Existem estoques enormes que ainda têm que ser colocados para trazer equilíbrio entre oferta e procura, o que traz grandes impactos para a siderurgia brasileira, que é grande exportadora", afirmou o executivo.
O grupo, de acordo com ele, pretende manter os investimentos que estão em andamento, mas os novos projetos só serão desenvolvidos dependendo das condições de mercado. O executivo reiterou que nos Estados Unidos, onde o grupo mantém unidades, a queda está mais acentuada, mas as empresas já estão ajustadas. "Como as usinas operam com sucata, a agilidade de adaptação é muito grande", afirmou. Ainda que o mercado já aponte sinais de recuperação, Gerdau reiterou que o "grande dilema é o patamar em que a demanda mundial irá se estabelecer. Este número ainda não deu pra perceber."
Segundo o presidente do Conselho de Administração do grupo, a crise financeira tem que ser aproveitada pelo Brasil para avaliar as limitações à competitividade das empresas brasileiras no exterior. "Algumas medidas de curto prazo estão sendo adotadas pelo governo, mas há outras deficiências no sistema tributário que precisamos corrigir", concluiu.


Exportadores reivindicam desoneração de impostos e aumento do crédito

A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) defende a inclusão de medidas como a desoneração tributária total das exportações, o oferecimento de linhas de crédito para suprir a falta de financiamento internacional e a liberação dos créditos fiscais acumulados no plano de ação contra a crise elaborado pela Cúpula Empresarial do Fórum Nacional. O plano será lançado hoje em São Paulo e no Rio.
Segundo o vice-presidente da AEB, José Augusto de Castro, as exportações brasileiras deverão cair este ano entre 17% e 18%, em média, ficando entre US$ 160 bilhões e US$ 163 bilhões. Castro disse que a queda resulta da redução do preço das commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado externo) e da queda de quantidade em relação aos produtos manufaturados.
Ele explicou que isso ocorre porque os mercados compradores de nossos produtos manufaturados, que são a América Latina e o África, estão passando por certa dificuldade. Então, o poder de compra desses países diminuiu bastante. Sobre a alta das commodities na semana passada, Castro ressaltou que continua bem abaixo dos parâmetros atingidos no ano passado.
Para este ano, a expectativa é de que o superávit da balança comercial oscile entre US$ 15 bilhões e US$ 20 bilhões. O resultado será menor do que o obtido em 2008, mas bem acima das projeções mais pessimistas do mercado exportador, que indicavam um saldo da ordem de US$ 5 bilhões este ano, disse Castro. A projeção da AEB é de superávit de US$ 16 bilhões. O valor, que deve aumentar em relação ao previsto, se deve à forte queda nas importações. As exportações continuam caindo, mas as importações mostram ritmo de queda mais forte.





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