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14/04/2009 - Juros vão cair, garante Henrique Meirelles
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presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, indicou hoje que a instituição deve continuar reduzindo a taxa básica de juros da economia brasileira, que se encontra em 11,25% ao ano. "É importante garantir juros mais baixos no futuro para permitir um crescimento sustentável e sem os desequilíbrios do passado", afirmou, pela manhã, durante fórum com pequenos empresários em São Paulo.
Mais tarde, durante outro evento, realizado no Rio de Janeiro, Meirelles explicou que são as atuais condições da economia do País que permitem o alívio da política monetária. "O Brasil está ganhando margem de manobra em função de sua estabilização econômica." Esboçando otimismo, o presidente do BC acrescentou que o país deve sair da atual crise mais rápido que os outros.
Meirelles também enalteceu as decisões do grupo dos países do G-20, os desenvolvidos e 13 emergentes, em sua apresentação no seminário Cenários da Economia Brasileira e Mundial em 2009 no Rio. Ele comentou que o acordo que dá mais recursos ao Fundo Monetário Internacional (FMI) "é muito importante por que assegura a continuidade do fluxo comercial" no mundo e também para que países "sem as reservas que o Brasil tem" não tenham problemas.
Os recursos do FMI vão ajudar principalmente esses países. "Depois da quebra do Lehman (Brothers, banco de investimento americano, em setembro), ficou claro que isso levaria a uma nova onda, que seriam os países emergentes e em desenvolvimento", afirmou o presidente do Banco Central. A partir daí, a discussão entre os países evoluiu para o aumento das contribuições de cota ao FMI, contou.
Para Meirelles, "o estigma do FMI será mudado quando mudar a estrutura de governo do FMI", com a entrada de países emergentes em posições de poder no Fundo. O Brasil passará agora a ser credor do Fundo. "Tudo isso é uma mudança histórica", disse sobre as modificações no Fundo nos últimos anos, incluindo as que ainda estão por vir, como as dos Direitos Especiais de Saque do FMI.
Meirelles também chamou a atenção de que os países do G-20 assumiram o compromisso de não deixar quebrar nenhuma instituição financeira importante para o sistema financeiro, ainda que em outras palavras. De acordo com ele, a falência do banco de investimento americano Lehman Brothers em setembro não era esperada por nenhum dos bancos centrais do mundo, fora o dos Estados Unidos, que se baseavam na hipótese de que as autoridades dos países desenvolvidos não iriam deixar quebrar nenhuma instituição de grande peso no sistema.
Meirelles disse que "cada país está fazendo aquilo que acha ser possível". Afirmou sobre o Plano Geithner, de recuperação do sistema financeiro dos Estados Unidos, que é um programa interessante, complexo, que se baseia em uma estratégia de tudo se dar pelo mercado, ainda que com a entrada do governo. "É um processo que torna o resultado menos previsível no primeiro momento, mas as autoridades americanas acham que é o mais adequado para o médio e longo prazo", declarou.
Meirelles chegou para o seminário com mais de uma hora de atraso e não respondeu a nenhuma pergunta dos jornalistas. O evento foi promovido pela Fundação Getulio Vargas e realizado na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro.





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