A Venezuela pretende atrair companhias brasileiras, em particular do Rio Grande do Sul, para firmar joint-ventures com seu setor empresarial. O objetivo do país de Hugo Chavez é fortificar sua indústria interna e ampliar a geração de empregos e a base de exportações. Um novo canal para esta aproximação foi aberto nesta quinta-feira com a oficialização da Câmara de Comércio e Indústria Venezuela-Brasil no Rio Grande do Sul.
Com esta, que é a décima seção no Brasil, será possível intensificar o intermédio de viagens de delegações de empresários entre as duas nações e esclarecer dúvidas sobre marcos legais no comércio. Um dos desafios é esclarecer os empresários brasileiros quanto às normas cambiais daquele país, onde as cotações são controladas.
A fabricante de carrocerias de ônibus Marcopolo, que hoje atua com uma parceira na Venezuela, poderá ampliar sua produção por lá com a aproximação dos negócios, cita Anne Lise Willig Padilha, presidente do órgão no Estado. A Venezuela tem interesse em exportar mais produtos in natura e industrializados ao Estado. E enxerga-se potencial para incrementar a venda de alimentos e máquinas de diversos tipos ao Rio Grande do Sul.
"O primeiro desafio é trabalhar pela integração da Venezuela no Mercosul, o que será positivo para os negócios dos países da região", aponta o presidente da Federação de Câmaras de Comércio e Indústria Venezuela-Brasil, José Francisco Marcondes Neto. Hoje, as vendas ao Brasil são restritas a petróleo e derivados, enquanto as compras são de itens como eletroeletrônicos, cosméticos, carnes e fármacos. O país vizinho adquiriu do Brasil US$ 5,15 bilhões no ano passado.
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