Em tempos de dificuldade para manter o cargo devido à instabilidade econômica internacional, consultores defendem a ambição de cada funcionário para crescer e assumir cargos mais relevantes como um ingrediente para que as empresas prosperem como um todo. Afinal, quando almejam novas tarefas, os funcionários costumam executar melhor seu trabalho e contribuir espontaneamente com novos projetos. No entanto, há uma ala que prefere manter distância das promoções. Satisfeitos com sua carga de trabalho e acomodados com sua remuneração, alguns executivos, diretores e técnicos acreditam ter a realização já alcançada - e não querem pensar em mudança tão cedo.
As companhias não enxergam esta postura com bons olhos. Primeiro, por que perdem sua principal fonte de recrutamento de talentos para postos de comando: o interior do próprio escritório. Depois por que ganham um exemplo negativo para os demais funcionários, de alguém que, embora faça bem seu trabalho, não vai adiante disso - algo que soa quase como um pecado em uma época em que se defende pró-atividade e desenvolvimento nas companhias.
A resistência ao crescimento é ruim para o profissional. Em um momento de crise como o atual, quando enxugamento de quadros se torna mais frequente, geralmente aquele funcionário estacionado no organograma corporativo costuma ser o alvo da decisão fatal do departamento pessoal. "E, quando volta a procurar oportunidades no mercado, este profissional geralmente está despreparado, pois não costuma buscar qualificação ou atualização", alerta Crismeri Delfino Corrêa, vice-presidente de gestão e inovação da Associação Brasileira de Recursos Humanos no Rio Grande do Sul (ABRH-RS).
Quando se depara com um quadro do gênero, o papel do líder é de abrir os olhos do seu funcionário e buscar motivá-lo para crescer profissionalmente. Muitos dos que estão acomodados não se dão conta de que há possibilidades de melhorar sua carreira. Em alguns casos, o erro é das companhias, que não possuem ou não conseguem mostrar as possibilidades de crescimento que oferecem e os caminhos para que se chegue lá. Para alguns, o desejo pode ser assumir um cargo em outro país, enquanto tudo o que a empresa oferece é uma mudança de tarefa, por exemplo. Para outros, o que atrai é uma boa remuneração para mudar de cargo. Se a companhia não a oferece, dilui seu desejo de crescer. "Cabe ao líder saber o que motiva seu colaborador e apresentar alternativas interessantes", diz Crismeri.
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