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25/03/2009 - Masisa conclui fábrica em Montenegro até junho
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A Masisa Brasil finaliza até o final deste primeiro semestre a implantação da fábrica de painéis MDP (Medium Density Particleboard) em Montenegro. A companhia assina hoje, na sede da Secretaria estadual do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais (Sedai), em Porto Alegre, documentos para financiamento do empreendimento, aprovado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), no valor de R$ 103 milhões.
O empréstimo será garantido pela CaixaRS e pelo Banco Votorantim. O diretor-geral da Masisa Brasil, Jorge Hillmann, informa que o total do investimento previsto na unidade é de R$ 266 milhões, que também absorverá recursos próprios da companhia. O executivo destaca o fato de que a Masisa não alterou seu cronograma de investimento no Estado, apesar de a crise internacional ter afetado parte da cadeia moveleira do País.
Hillmann argumenta que o projeto da companhia é de longo prazo e que neste mês de março já foi possível perceber uma recuperação do setor, segundo informações colhidas durante a 9ª edição da Feira Internacional de Máquinas, Matérias-Primas e Acessórios para a Indústria Moveleira (Fimma). A planta da Masisa terá capacidade para produzir 750 mil metros cúbicos ao ano de MDP e 300 mil metros cúbicos ao ano de melamina. A produção será destinada ao mercado brasileiro, sendo que o Rio Grande do Sul deverá responder por 60% da demanda.
O financiamento com o Bndes soma-se a um plano de fortalecimento financeiro iniciado pela empresa nos últimos meses de 2008. Entre as medidas tomadas pela companhia para fortalecer sua base patrimonial estão a redução do endividamento e a estruturação da totalidade de sua dívida no longo prazo, ficando a empresa sem
nenhum passivo de curto prazo.
Complementam essas ações a realização de um aumento de capital de aproximadamente US$ 100 milhões, aprovado pelos acionistas da empresa em dezembro de 2008; a obtenção de um crédito sindicalizado no valor de US$ 103 milhões; a colocação de bônus no valor de US$ 100 milhões e a venda de ativos no estado de Santa Catarina, concretizada em janeiro por US$ 70 milhões, entre outras iniciativas.
Ainda quanto à reestruturação financeira e operacional recém-implementada, a Masisa inicia um novo momento com a indicação de Roberto Salas, atual presidente do GrupoNueva, controlador da Masisa, para o cargo de diretor-geral da companhia. A mudança, que favorece a agilidade na tomada de decisões por parte da Masisa, está alinhada à estratégia do GrupoNueva que, ao definir que seu principal executivo assuma a gestão da Masisa, confirma sua orientação em relação à companhia.


Moveleiros buscam reversão de restrições de argentinos
por Patrícia Comunello, de Bento Gonçalves

Moveleiros e setores fornecedores de insumos estarão de olho hoje em uma reunião que ocorrerá em Buenos Aires, entre empresários brasileiros e argentinos e que discutirá medidas adotadas pelo país para dificultar as importações. A necessidade de autorização do governo para fazer pedidos, adotada desde o começo do mês, deve agravar ainda mais a queda de vendas para o mercado argentino, o principal cliente externo da indústria gaúcha em 2008. O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Móveis (Abimóvel), José Luiz Diaz Fernandez, que participará do encontro, pretende mostrar o impacto da retração para produtores locais. Fernandez também espera ação mais forte do governo brasileiro contra a imposição.
Fernandez se reuniu ontem com representantes das indústrias na Feira Internacional de Máquinas, Matérias-Primas e Acessórios para a Indústria Moveleira (Fimma), em Bento Gonçalves. "A situação é muito grave. A queda das vendas do País no primeiro bimestre foi de mais de 50%. Não pode ser somente a crise", cogitou Fernandez. Maristela Cusin Longhi, presidente da Associação das Indústrias de Móveis do RS (Movergs), diz que o prazo de 60 dias para liberação poderia chegar a quatro meses em outros segmentos atingidos pela medida desde janeiro. "Paralisaria os negócios", alertou. O vice-presidente comercial da Satipel, fabricante de painéis de madeira, Roberto Szachnowicz, espera impacto da restrição em abril. O executivo registrou que as encomendas até começo de março, em vez de cair, aumentaram. "A indústria do país se preveniu ante as dificuldades que virão", concluiu Szachnowicz.
A preocupação dos moveleiros é que a ação do governo argentino, que serviria para proteger e incentivar a produção local, esteja sendo adotada para beneficiar outras regiões fabricantes, como a China. Fernandez lembrou que fabricantes nacionais suprem apenas a metade do mercado consumidor argentino. Para o presidente da Abimóvel, a atitude do governo vizinho é injusta. "O setor moveleiro brasileiro ajuda a indústria argentina. Temos intercâmbio na área de tecnologia para acessórios, que é fornecida inclusive pelo polo do Rio Grande do Sul", informou.
A possibilidade de adoção de cotas para móveis é criticada pelo dirigente. Para ele, o mercado deve regular a procura e oferta. Maristela reagiu que o sistema poderia ser atrativo se fosse baseado no volume de negócios de 2008. As vendas para a Argentina ficaram na segunda posição no resultado do País, somando US$ 119,6 milhões, com crescimento de 38,2%. No Estado, o saldo foi de US$ 36,6 milhões, avanço de 24,8%. Mas no primeiro bimestre de 2009, a situação se inverteu. O Brasil teve queda de 51,3%, e o Estado, 32%. Maristela avalia que a Fimma virou termômetro do setor. Ela indicou que há otimismo nos negócios e que a busca de máquinas e novidades em acessórios e insumos na mostra está aquecida.





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