Com expectativa de mais de 37 mil visitantes, começa nesta segunda-feira, dia 23, a 9ª Feira Internacional de Máquinas, Matérias-primas e Acessórios para a Indústria Moveleira (Fimma) de 2009, em Bento Gonçalves. O evento, que vai até 27 de março, ocorre em meio à divulgação de maus resultados nas exportações no primeiro bimestre do ano, causados pela turbulência nos mercados. O objetivo deste ano é que os negócios atinjam, em até seis meses após a feira, R$ 280 milhões, mesmo número registrado na edição passada, que ocorreu em 2007, uma vez que o evento é bianual.
Segundo o presidente da Fimma 2009, Ivo Cansan, que integra a direção da Associação das Indústrias de Móveis do Estado (Movergs), organizadora da mostra, a feira chega com o objetivo de impulsionar os investimentos na indústria moveleira, que não devem parar devido à crise. "Não podemos dizer que tudo está normal. Tivemos alguns percalços da economia entre 2007 e 2009, mas as negociações estão acontecendo e as indústrias continuam comprando tecnologia", afirma.
O setor de máquinas e o de matérias-primas, como de costume, deve girar um maior número de negócios. O diferencial desta edição serão os sistemas de gestão, que vêm ganhando espaço na linha de investimentos das indústrias. "Independentemente da crise, esse trabalho está sendo mais forte, mas certamente houve um aceleramento nesses negócios, por questões de sobrevivência das empresas", declara Cansan.
Para ele, o pior momento da turbulência já passou e, aos poucos, a economia está se restabelecendo. "Já estamos vendo sinais de recuperação na indústria, em alguns setores. Em questão de algum tempo, tudo voltará à normalidade", aposta, otimista. O maior problema será ainda as exportações, que em janeiro e fevereiro deste ano registraram uma queda de 31,7% na comparação com o mesmo período do ano passado. "Este segmento pode ser que demore um pouco mais a se restabelecer, mas o Brasil tem capacidade de buscar novos mercados, por sua tecnologia", ressalta.


Manter investimentos é alternativa contra a crise

Segundo levantamento do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi), que integrou o Relatório Setorial da Indústria de Móveis do Brasil 2008, os investimentos realizados pela indústria moveleira no Rio Grande do Sul tiveram um aumento de 8,1% no ano passado na comparação com o ano anterior, alcançando a marca de R$ 95,5 milhões. Para Ivo Cansan, presidente da Fimma, este crescimento não deve regredir em 2009, pois o setor continuará investindo. "Talvez nesse momento a velocidade com que vinha sido investido vai ser desacelerada, mas em nenhum momento se parou de investir", declara.
Para Evandro Kunst, diretor da unidade de Laminados da Artecola, um dos expositores da Fimma, este é o momento para investir na diferenciação do seu produto. "Crise é momento de desafio. Assim como tem dificuldades, tem oportunidades. É preciso buscar alternativas, como a melhoria da relação custo/benefício. Isso é o que as empresas vão buscar, melhoria em seus processos, em seus ganhos", declara. O grupo Artecola, que estará concorrendo com dois novos produtos ao Prêmio Fimma de Inovação, deverá investir em 2009 cerca de R$ 10 milhões em pesquisa e desenvolvimento.
O diretor comercial da Reval Aramados, Ricardo Passanesi, que também concorrerá ao Prêmio Inovação com dois produtos, acredita que o investimento em projetos inovadores é a resposta para se destacar no atual momento econômico. "Antes tudo o que se fabricava se vendia. Hoje é preciso investir em soluções para poder se diferenciar no mercado, que exige que você seja inovador", destaca. A companhia espera faturar somente na feira o equivalente a 70% de seu faturamento mensal.
A Fimma deverá trazer o que há de mais moderno em tecnologia, apresentando as novidades em maquinário e sistemas. Nesta edição, serão cerca de 650 expositores, sendo 35% estrangeiros, que deverão ocupar os pavilhões do Parque de Eventos de Bento Gonçalves, mesmo local onde acontece a Fenavinho. Conforme Cansan, o público-alvo da feira são os profissionais de toda a cadeia produtiva de madeira e móveis e os ligados a serviços desse sistema.