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19/03/2009 - Fertilizantes piratas causam perdas de US$ 360 milhões
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A utilização de fertilizantes de má qualidade causa prejuízos superiores a US$ 360 milhões por ano ao País, por redução de safra ou subaproveitamento das lavouras. De acordo com levantamento referente à safra 2005/2006 promovido por auditorias independentes a pedido de governo federal e sindicatos ligados à agricultura, as perdas são causadas especialmente pelos produtos contrabandeados do Uruguai e do Paraguai.
"Este estudo já foi encaminhado aos governos destes países, pois eles também sofrem com perda de arrecadação", disse Fernando Henrique Marini, gerente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrária (Sindag). Ele afirma, no entanto, que o prejuízo é superior ao valor levantado pela pesquisa, pois esta avaliou os efeitos de apenas sete tipos de substâncias sobre o plantio.
Dois novos estudos referentes às duas safras mais recentes já estão em desenvolvimento. A informação foi divulgada nesta quinta-feira durante o Workshop Sobre Agrotóxicos, promovido pela Superintendência Federal de Agricultura no Rio Grande do Sul e o Departamento de Produção Vegetal da Secretaria Estadual da Agricultura. Outro país que despacha toneladas de fertilizantes irregulares ao Brasil todos os anos é a China, que possui 2,5 mil fabricantes (o Brasil conta com 47). O problema iniciou no final da década de 1990, com a importação ilegal de clorimuron e foi agravado em 2001, quando as indústrias do setor passaram a exigir uma fiscalização mais rígida sobre a pirataria e iniciaram uma campanha de conscientização junto aos produtores.
Só no Rio Grande do Sul, foram apreendidas 31 toneladas de fertilizantes irregulares entre 2006 e 2008. "Um dos principais desafios para combater a pirataria é criar um inventário amplo e confiável sobre os fertilizantes no Estado", comentou Eduardo Brito Bastos, coordenador de projetos do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inPEV). Além de colocar em risco a safra e resultar em uma produção abaixo do potencial, os agrotóxicos de má qualidade prejudicam o ambiente, por andarem à margem dos controles de preservação e descarte.
Para reconhecer os fertilizantes vendidos ilegalmente, o produtor deve atentar para alguns pontos específicos. Geralmente seus rótulos trazem informações no idioma espanhol, enquanto a legislação brasileira exige os dados em português. A maneira de armazenagem também é diferente: vêm em sacos plásticos ou galões entre 5 e 20 litros.






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