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12/03/2008 - Injeção de recursos é aposta do Estado
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Para isso, a governadora defende que se lance mão de iniciativas como a injeção de recursos na economia, como o reajuste aos servidores da segurança pública e pagamentos das leis Britto e de precatórios, mas não descarta a adoção de redução de impostos. "Fazer a roda girar vai além de instrumentos fiscais, mesmo que temos adotado algumas medidas setoriais", disse.
Segundo Yeda, é preciso conhecer efetivamente os impactos da crise no setor produtivo gaúcho para após definir com ações como eles podem ser combatidos, assim como verificar o impacto que as medidas de injeção de recursos estão gerando. "Ainda não sei o reflexo positivo do giro da roda. Como vou antecipar o que ainda não vi?", questionou. A governadora disse que R$ 125 milhões irão circular na economia do Estado neste ano com o aumento salarial para a segurança pública, assim como outros R$ 265 milhões referentes às leis Britto. Além disso, as empresas devem se beneficiar da redução de R$ 100 milhões em tributos estaduais com a entrada em vigor da segunda etapa do Simples Gaúcho, em abril.
Outra estratégia do Estado para acelerar a circulação de dinheiro na economia do Rio Grande do Sul é o investimento em obras, principalmente de infraestrutura. Yeda afirmou que está mantida a previsão de aplicação de R$ 2,37 bilhões, mas que esses dados podem ser revistos em função do desempenho da receita estadual, acompanhado mês a mês. "Vamos fazer escolhas, investir menos e cortar mais. Ainda há enormes bolsões no campo das despesas", explicou. A governadora pediu aos secretários que priorizem a antecipação dos investimentos, chegando a 60% do total previsto para o ano ainda no primeiro semestre.
O presidente da Federasul, José Paulo Cairoli, cobrou da governadora medidas que possam melhorar a competitividade das empresas gaúchas, como a diminuição da carga tributária e a criação de linhas especiais para capital de giro. "Na crise, o investimento público é importante, mas não é tudo", afirmou o dirigente. No entanto, Cairoli ressaltou a importância de o Estado manter o equilíbrio das contas e combater com mais rigor o desperdício de recursos, principalmente no custeio. "É preciso proteger o desenvolvimento do Estado assim como sua saúde fiscal", disse.
Yeda ressaltou que a preocupação prioritária do governo é com relação ao setor produtivo. "O financeiro (internacional) não pode fazer parte das nossas preocupações", afirmou. Para a governadora, a crise evidenciou a necessidade de se ajustar o sistema financeiro ao tamanho do sistema produtivo em todo o mundo e por isso sua solução não será rápida. Para o Estado, porém, disse que vê uma posição confortável em função das contas públicas ajustadas e da diversificação das atividades econômicas. Mesmo assim, identifica impactos em diversos setores. "Não podemos influenciar na recuperação dos países que compram nossos produtos. Por isso as exportações serão afetadas", declarou.


Yeda evita falar de política na Federasul

Por Lucas Azevedo, especial para o JC

A governadora Yeda Crusius quase não falou de política, mas fez comentários sutis sobre as denúncias do P-Sol durante sua palestra ontem, na reunião-almoço da Federasul.
Pouco antes, na entrevista coletiva, Yeda foi cautelosa ao responder se pretende acionar judicialmente a cúpula do P-Sol, a exemplo do ex-secretário da Fazenda Aod Cunha.
Depois de cinco segundos de silêncio, ela disse: "Quando eu tiver todas as informações sobre as demandas que fiz como pessoa e como instituição, vou poder responder".
Durante sua fala de 35 minutos no primeiro Tá na Mesa do ano, em que enfatizou as conquistas na economia do Rio Grande do Sul, Yeda comentou de maneira implícita as recentes acusações do P-Sol, referindo-se a elas como "denúncias vazias" que acabam "vitimando as instituições".
A governadora mesclou o tom de suas críticas entre o agressivo e o reconciliador. Após dizer que repudia o que chamou de "tentativa de golpe" ao povo gaúcho, optou por uma declaração mais amena. "Não quero guerrear. A guerra mata dos dois lados. Se ela vier, enfrentarei sem armas."
Yeda preferiu não avaliar como um erro da base aliada na Assembleia Legislativa a falta de quórum, na terça-feira, que impediu a votação do veto ao pagamento dos professores grevistas. "A base governista não falhou. Mas tempo político é tempo político. É um tempo que a gente entende e faz cumprir", afirmou.
Remarcada para ontem à tarde e adiada outra vez, a apreciação do veto está atrasando o lançamento do chamado Programa Estruturante - Mais Trabalho, Mais Futuro. Yeda mudou sua agenda depois do impasse no Parlamento gaúcho, que pode ser resolvido hoje pela base aliada.
"Respeito o que está acontecendo na Assembleia e a minha expectativa é positiva, com tudo que tenho tomado de análise e visto de repercussão."
A governadora também comentou a exoneração de Adão Paiani da função de ouvidor da Secretaria da Segurança Pública. Ela afirmou que Paiani deixou o cargo depois do término de seu mandato, há duas semanas.
O ouvidor mostrou-se surpreso com o seu afastamento noticiado pelo Diário Oficial do Estado. De acordo com a governadora, Paiani foi recebido por ela antes de sair do cargo.
No entanto, Yeda pareceu despreocupada com a entrega do relatório que Paiani deve divulgar com o balanço das atividades de sua gestão. "Ele sabe a quem entregar o tal de relatório."





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