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10/03/2009 - Venda de móveis sobre 20% com liquidações
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A venda de móveis no Liquida Porto Alegre de 2009 se descolou do desempenho geral da campanha. Avaliação da direção da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) indicou que a temporada não deve atingir a previsão de 6,5% de crescimento, mas o setor de varejo de mobiliário comemora aumento médio de comercialização de 20%, no confronto com 2008. O movimento nas lojas, principalmente na região da avenida Ipiranga, um dos polos do segmento na Capital, manteve-se até o domingo passado, último dia do Liquida deste ano. Os resultados ajudaram também a melhorar o caixa das indústrias gaúchas, que concentram a segunda maior produção brasileira de mobiliário.
O casal Maria Elizabeth e Antonio Bandeira dos Santos bateu o martelo do projeto de móveis para o escritório doméstico no sábado. Os dois calcularam bem as vantagens e condições da loja. Depois de três idas à loja Porto Móveis, na Ipiranga, Elizabeth e o marido já tinham o projeto pronto e o negócio fechado. "Esperamos até o Liquida para fazer a aquisição e vamos economizar 27%", contou Santos, que é funcionário público. "Sempre compramos nesta época", acrescenta Elizabeth, professora estadual. "Assim vamos renovando a mobília da casa."
A vice-presidente da CDL, Carmen Flores, lembra que a meta era de avançar 10% nos negócios. "Os lojistas que apostaram na data, vestiram seus pontos com a campanha e souberam captar consumidores tiveram mais de 20% até 30% de crescimento", conclui a dirigente. O êxito foi verificado principalmente no polo de mais de 35 estabelecimentos localizados na avenida Ipiranga. Carmen cita que houve aquisições que serão entregues em um ano e meio a dois anos, para quem ainda aguarda o imóvel ficar pronto. Sem contar, acrescenta a vice-presidente da CDL, que a clientela parcela as aquisições em 12 meses para estar com tudo pago até a liquidação de 2010.
Estofados, mobília para jantar e quarto infantil lideraram a preferência. Outro item que virou hit: racks para TV de LCD. "Quem comprou o eletroeletrônico também teve de adquirir o móvel", justificou a lojista. O gerente comercial das Lojas Manlec, Ubirajara Trindade, citou que a rede de 11 pontos na Capital registrou vendas 60% maiores dos modelos, comparado a dezembro. Para a indústria, o Liquida teve efeito de amenizar perdas de exportações e mesmo no mercado interno. A presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado (Movergs), Maristela Longhi, admitiu que a campanha é importante e determinou melhor desempenho para empresas que têm foco na Capital. "Tivemos Carnaval em fevereiro e desaceleração na demanda interna. O Liquida ajuda a aumentar volumes", dimensiona.
O diretor-presidente da Sademe, de Bento Gonçalves, Glademir Ferrari, avaliou que a comercialização repetiu a receita de 2008, que foi considerada um bom saldo. "Demos descontos de até 30%, algo muito raro. Tudo para movimentar fevereiro e evitar prejuízos", ressaltou Ferrari. Para a Sademe, o efeito foi ter fábrica operando, enquanto muitas unidades de concorrentes decretaram férias ou folgas ante a desaceleração nos pedidos. "Repetir 2008 num contexto de crise não é ruim. É mais importante ter a fábrica trabalhando do que ter férias coletivas e parar". A Capital é um dos principais mercados da marca, reforçando o peso local nas vendas, que é de 20%.





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