Governo admitiu que é preciso melhorar o processo
A demora dos bancos públicos na liberação dos créditos rurais já autorizados pelo Conselho Monetário Nacional foi uma das principais discussões da reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os ministros Guido Mantega (Fazenda), Dilma Roussef (Casa Civil), Reinhold Stephanes (Agricultura), e representantes do Banco do Brasil e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), realizada na quarta-feira, no Palácio do Planalto. Segundo informou hoje Stephanes.
De acordo com o ministro da Agricultura, o governo admitiu que é preciso mais agilidade no processo para que o dinheiro chegue de forma mais rápida nas mãos do agricultor. O governo reconhece que entre as decisões e a execução, ou seja, até o dinheiro chegar na ponta, está havendo um tempo muito longo.
— Foi muito discutido isso e também como se encurtar caminhos. Esses caminhos terão de ser simplificados, e serão simplificados agora, nos próximos dias — disse.
O setor de cooperativas rurais, que já foi beneficiado com R$ 700 milhões, dos R$ 2 bilhões que seus representantes pediram e o ministro da Agricultura considerou necessário, alega que até agora nada foi liberado pelos bancos.
Para Stephanes, isso ocorre devido ao uso de modelos convencionais para um crédito específico que é o agrário.
— Havia um excesso de passos, um excesso de burocracia, um excesso de trâmites que já estavam previstos em normas ou legislações anteriores, que podiam ser aplicáveis a outro tipo de empréstimos, mas não são compatíveis à natureza de empréstimos para a agricultura — afirmou.
Segundo ele, o volume que ainda será liberado para as cooperativas (R$ 1,3 bilhão), assim como os R$ 2,5 bilhões anunciados hoje para a estocagem de etanol, chegarão aos produtores com maior rapidez.
No caso das cooperativas, o próprio Banco do Brasil promoverá reuniões para mostrar a elas os caminhos mais fáceis de acesso ao crédito.
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