Custos de produção, quebra de safra e o endividamento dos pequenos produtores gaúchos pautaram reunião ontem em Santo Ângelo, durante reunião entre lideranças da Fetag e coordenadores das 23 regionais sindicais. Conforme o diretor-tesoureiro da Fetag, Amauri Miotto, o momento exige uma tomada de posição clara por parte do movimento sindical. O dirigente salienta que o cenário exige ações concretas, já que o endividamento e a falta de renda têm uma origem.
A secretária regional da Fetag de Ijuí, Elisete Hintz, disse que, no curto prazo, devem ser resolvidos os problemas de endividamento e da disponibilidade de crédito aos produtores. Já a inclusão do custeio pecuário, com um rebate de 50% para os planos-safra 2007/2008 e 2008/2009 e da redução de juros das parcelas referentes ao pagamento das dívidas, estão entre as medidas que serão solicitadas ao governo federal. "Não é possível que o agricultor continue pagando juros que incidem sobre o montante total devido e não sobre determinada parcela", protestou.
Quanto aos custos de produção, as principais demandas serão a queda dos preços do diesel, a busca de subsídios e a redução de tributos sobre produtos que compõem os custos, como fertilizantes, sementes e agroquímicos. Segundo Elisete, o próximo passo será a criação de vários grupos de trabalho, com representantes das regionais mais atingidas, especialmente por problemas de estiagem e endividamento. Serão grupos da regional da Fronteira, de municípios como Bagé e Dom Pedrito, Missões, incluindo São Borja até Santo Ângelo e Alto Jacuí. No dia 5 de março será realizada nova plenária, dessa vez com a comissão de Política Agrícola da Fetag, para que sejam afinadas as demandas, que depois serão negociadas junto ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
Outro tema pautado na reunião foi o referente à mudança da matriz produtiva das propriedades, com foco na questão da diversificação das atividades dentro das propriedades. "A ideia não é substituir, mas agregar novas alternativas." Elisete citou como exemplo o caso da baixa produção de hortigranjeiros, na região das Missões, que precisa importar 85% do que consome dos pomares e hortas da região da Serra. "A fruticultura seria uma boa opção para os produtores de municípios da região das Missões", destacou a dirigente.
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