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25/02/2009 - Para Fed, economia se recupera em 2010
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A economia americana sofre uma severa contração e é preciso utilizar todos os instrumentos disponíveis para que o país saia da recessão em que se encontra desde dezembro de 2007, diz o texto do testemunho que o presidente do Federal Reserve (Fed, o BC americano), Ben Bernanke, apresentou ao Comitê Bancário do Senado ontem. Ele prevê, no entanto, que a recessão terá fim neste ano e 2010 será um ano de recuperação, se forem tomadas medidas pelo governo para estabilizar os mercados financeiros.
"Se ações forem adotadas pelo governo e o Congresso e o Fed forem bem-sucedidos em restaurar alguma medida de estabilidade financeira, há uma perspectiva razoável de que a atual recessão venha a terminar em 2009 e de que 2010 seja um ano de recuperação", diz o texto.
A economia dos EUA, no entanto, está em recessão desde dezembro de 2007, segundo o Nber (Escritório Nacional de Pesquisa Econômica, na sigla em inglês).
Recessão, segundo o Nber, é um significativo declínio na atividade econômica e que costuma durar mais do que alguns poucos meses: ela começa quando a economia atinge um pico do ciclo econômico e termina quando atinge o ponto mais baixo. Para o Nber, a economia americana atingiu um pico em dezembro de 2007, marcando o fim do ciclo de expansão começado em novembro de 2001 e o início da recessão.
O critério mais comum para determinar se um país está em recessão ou não, no entanto, é uma sequência de dois trimestres consecutivos de desempenho negativo do Produto Interno Bruto (PIB). Nesse critério, a economia dos EUA também está em recessão - no quarto trimestre houve uma contração de 3,8%, antecedida por uma queda de 0,5%.
Com base em dados de dezembro, analistas consultados pelo diário americano The Wall Street Journal disseram que a contração no trimestre passado pode ser revista para baixo e passar a ser de 5%.
Bernanke reafirmou as previsões contidas na ata da reunião de política monetária do Fed realizada no mês passado: para este ano, a taxa de desemprego deve ficar entre 8,5% e 8,8%; a economia deve ter queda de 0,5% a 1,3% neste ano, antes de começar a se recuperar a partir de 2010, a um ritmo de crescimento de 2,5% a 3,5%, com índices talvez mais altos que esses em 2011.
Para o presidente do BC americano, se as condições dos mercados financeiros melhorarem, "a economia vai ganhar apoio crescente dos estímulos fiscal e monetário, do efeito saudável da queda acentuada nos preços da energia e do melhor alinhamento entre os estoques das empresas e as vendas finais". Mesmo assim, Bernanke destacou a considerável incerteza que ainda domina a economia americana.
Na segunda-feira, o governo dos EUA apresentou detalhes do programa de ajuda ao setor bancário anunciado no dia 10 de fevereiro. Segundo o texto, o governo vai "garantir que os bancos tenham o capital e a liquidez que precisem para oferecer o crédito necessário para restaurar o crescimento econômico". O programa começa a ser implementado hoje.
O programa terá um processo em três etapas que podem chegar a US$ 1,5 trilhão. O capital do governo virá na forma de ações preferenciais obrigatoriamente conversíveis, que serão convertidas em ações comuns somente se for necessário com o tempo "para manter os bancos em uma posição bem capitalizada", diz o documento.
O governo informou ainda que os recursos já disponibilizados pelo governo sob o Tarp (Programa para Alívio de Ativos Problemáticos, na sigla em inglês), o programa de US$ 700 bilhões aprovado no ano passado, também podem ser incluídos na troca pelas ações preferenciais obrigatoriamente conversíveis. "A conversão permitirá a instituições a manter ou elevar a qualidade de seu capital."
Neste ano, 14 bancos americanos já fecharam, segundo o FDIC. O caso mais recente é o do Silver Falls Bank, que tinha US$ 131,4 milhões em ativos e US$ 116,3 milhões em depósitos. O FDIC aprovou um acordo com o Citizens Bank, do mesmo estado, que assumirá o total dos depósitos.
O Citizens Bank também aceitou comprar US$ 13 milhões em ativos, com o FDIC absorvendo o restante. O órgão avalia em US$ 50 milhões o custo da falência, a segunda no Oregon em uma semana.






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