Entre agosto e dezembro do ano passado, 18 setores da economia, responsáveis por 76% das vendas externas, viram suas receitas de exportação encolher 30%
A crise da economia mundial, aliada à escassez de crédito, acelerou de forma acentuada a queda das exportações brasileiras e acendeu um sinal de alerta na indústria e no governo. Entre agosto e dezembro do ano passado, 18 setores da economia, responsáveis por 76% das vendas externas, viram suas receitas de exportação encolher 30%, apesar da alta de 49% na cotação do dólar, revela estudo feito pelo Departamento de Competitividade e Tecnologia da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). Em volume exportado, a queda ficou na casa de 20%. O movimento persistiu nos primeiros dias de 2009 e assustou o governo.
Até a terceira semana de janeiro, o saldo da balança comercial apresentava déficit de US$ 390 milhões, fato que não ocorria no País desde janeiro de 2001. Na semana passada, até quinta-feira, o resultado acumulado havia piorado. A esperança é que o movimento desta última semana consiga compensar parte das perdas. Mas a possibilidade de janeiro terminar com déficit aumentou. Se isso ocorrer, o País vai romper uma série 93 meses de superávits consecutivos.
—Foi um susto. Esperávamos um resultado ruim, um superávit pequeno, mas não um déficit já nas primeiras semanas do ano — destaca o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto Castro. No período, as exportações recuaram 31% em relação a igual período de 2008 e as importações, 22%. Na avaliação de Castro, esses dados revelam um primeiro trimestre bastante complicado.
Segundo as previsões da AEB, antes do resultado das primeiras semanas, as exportações brasileiras terão queda de 17,6% em 2009, para US$ 163 bilhões, e as importações de 15,7%, para US$ 146 bilhões. Apesar disso, o saldo continuará positivo, mas com recuo de 30,8%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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