Encontro tratará apenas de assuntos técnicos e administrativos, diz governo do Brasil
Os ministros do Brasil e do Paraguai se reunirão na próxima segunda-feira, em Brasília, para tratar de questões de interesse dos dois países sobre a Hidrelétrica de Itaipu.
De acordo com o governo brasileiro, o encontro de trabalho tratará apenas de assuntos técnicos e administrativos e avaliará os avanços de temas tratados desde a visita do presidente paraguaio, Fernando Lugo, ao Brasil, em setembro passado. Ainda não estarão sobre a mesa demandas históricas do país vizinho, como a revisão do preço da energia comprada pelo Brasil e a auditoria da dívida do Paraguai referente à construção da usina.
— Todos temos conhecimento de pleitos históricos do Paraguai e da posição histórica do Brasil em relação à inviolabilidade do tratado [de criação de Itaipu]. O que se procurou fazer é criar um canal de consultas e de diálogo para homogeneização de informações sobre Itaipu e para dirimir dúvidas — resume Luiz Eduardo Melin, chefe de gabinete do ministro da Fazenda, Guido Mantega.
— A reunião não terá nenhum caráter de divisor de águas ou de marco histórico — completa.
Melin representou Mantega em discussão preparatória à reunião de segunda-feira. O encontro, realizado nesta quinta-feira no Itamaraty, durou quatro horas e contou a presença dos Ministros das Relações Exteriores, Celso Amorim e de Minas e Energia, Édson Lobão, do Assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, do presidente da Eletrobras, Antonio Muniz, do diretor-geral interino da Itaipu, Antonio Otelo Cardoso, e do diretor jurídico de Itaipu, João Bonifácio Cabral Júnior.
Quanto às demandas paraguaias, Melin diz que o Tesouro brasileiro não cogita assumir a maior parte da dívida, e garante que tal proposta sequer chegou a ser apresentada pelo governo do país vizinho.
— Na mesa, o que está sendo trabalhado são as questões de Itaipu, as questões de administração, de programas de investimento, de metodologia para a parte de receitas, composição e cálculo de preços e isonomia nas metodologias — afirmou.
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