Ajustes são realizados desde dezembro para adaptar a produção aos efeitos da crise financeira
A Gerdau adotou novas medidas em suas unidades de Charqueadas e Sapucaia do Sul como parte de ajustes realizados desde dezembro para adaptar a produção aos efeitos da crise financeira mundial sobre a demanda.
Na Aços Especiais Piratini, em Charqueadas, a mudança foi no regime de trabalho, que passou a ter duas turmas em vez de três. Na Gerdau Rio-grandense, em Sapucaia do Sul, o grupo informou que serão demitidos alguns funcionários próprios, sem detalhar o número de dispensas.
Entre os funcionários, circulou a previsão de que 40 demissões seriam efetivadas nesta segunda-feira, de um total que pode passar de 120. Os metalúrgicos terão reunião com a empresa na próxima semana. A Rio-grandense tem aproximadamente 1,2 mil empregados.
Conforme a Gerdau, a decisão foi adotada "após a tomada de uma série de medidas para reduzir custos e adequar a produção à menor demanda por aço". A Gerdau Rio-grandense havia antecipado manutenções e adotado férias entre 15 de dezembro e 4 de janeiro.
Na Piratini, a mudança reduziu as turmas de trabalho de três para duas em áreas industriais, mantendo os mesmos dois turnos. Com isso, o adicional de turno pago aos funcionários envolvidos na modificação caiu de 15% para 6% sobre a remuneração, explicou o grupo.
A Gerdau ressaltou que a medida não resultará em demissão de funcionários e será feita mediante antecipação de férias.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Charqueadas, Jorge Luiz Silveira de Carvalho, disse que a modificação está legalmente amparada nos contratos de trabalho, mas o ideal é que fosse negociada antes com a categoria.
A unidade tem 1,15 mil funcionários e produz aços especiais que são utilizados pela indústria automotiva, cuja operação foi afetada pela crise.
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