Férias coletivas na indústria automotiva provocaram a desaceleração da produção industrial
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu à equipe econômica e ao Ministério do Trabalho a preparação de medidas para a manutenção do emprego em 2009, quando a economia brasileira deverá desacelerar, refletindo mais fortemente os efeitos da crise mundial. Além de novas desonerações tributárias, está em estudo o aumento, de cinco para 10, do número de parcelas do seguro-desemprego, carro-chefe das reivindicações das Centrais Sindicais que hoje fazem a 5ª Marcha da Classe Trabalhadora, na Esplanada dos Ministérios.
Os sindicalistas também tentam sensibilizar a área econômica para que crie meios de vincular a concessão de empréstimos dos bancos federais à garantia de emprego. Segundo fontes do governo, essa é uma medida que deve ser avaliada cuidadosamente porque o governo não pode engessar as empresas, já bastante sufocadas com as restrições de crédito. Eles apresentaram essas reivindicações em jantar, na semana passada, com o presidente, e esperam receber o mesmo tratamento dado às reivindicações da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A percepção é que a ampliação do seguro-desemprego atenderia a dois objetivos imediatos: neutralizar as perdas financeiras e manter o nível de consumo das famílias. Para o governo, a queda da produção industrial em outubro reforçou a necessidade de uma nova rodada de medidas anticrise. Desta vez, o objetivo não seria apenas atender a demandas de curto prazo, voltadas para a retomada da liquidez no mercado financeiro, mas evitar uma desaceleração maior do crescimento econômico.
As ações que o governo adotou após a fase mais aguda da crise, em setembro, atenderam setores que sofreram com a escassez de crédito, como agricultura, automobilístico e construção. A sustentação desses setores é uma forma de preservar os empregos, já que são intensivos de mão-de-obra.
— A orientação do presidente Lula é nos reunirmos com os setores empresariais e de trabalhadores para ver quais as medidas que podem ser adotadas para minimizar os efeitos da crise — reforçou o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.
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