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02/12/2008 - Receita estadual pode perder R$ 300 milhões
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O governo do Estado já começa a estimar as perdas com a crise global. Em audiência pública da Comissão de Economia e Desenvolvimento da Assembléia Legislativa Alexandre Posser, assessor técnico da Secretaria Estadual da Fazenda, admitiu que o Tesouro do Estado trabalha com uma estimativa de redução de R$ 300 milhões em relação aos números de 2008. "Esperamos que a economia possa crescer em torno de 2% a 3% em 2009, uma retração em relação ao último ano, que teve um aumento de 7%", afirma.
Os demais participantes não apresentaram números tão precisos. O presidente da Fiergs, Paulo Tigre, disse que 2009 será um grande desafio para os industriais gaúchos, já que mercados essenciais para as exportações locais, como China, Estados Unidos e Europa, já foram atingidos pela crise. "Isso faz com que tenhamos reflexos aqui. As expectativas que tínhamos há poucos meses atrás já mudaram", afirmou. De acordo com levantamento realizado pela Fiergs no final de novembro, entre 19 segmentos industriais pesquisados no Estado, dois estão em crescimento, oito se manifestaram instáveis, e nove já apresentam queda de desempenho. Além disso, a indústria gaúcha fechou 1,1 mil vagas em outubro, o pior resultado dos últimos 10 anos.
Segundo previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI), em 2009, haverá recessão nos Estados Unidos, Europa e Japão. Porém, o Brasil tem previsão de crescimento econômico de 3%. "O Brasil está bem posicionado para enfrentar a crise, pois tem um sistema financeiro sólido, a inflação está sob controle, e há reservas cambiais", avaliou o diretor de Normas e Organização do Sistema Financeiro do Banco Central do Brasil, Alexandre Tombini. Já o presidente da Fundação de Economia e Estatística (FEE), Adelar Fochezatto, prefere não fazer previsões precisas. No entanto, comenta que é do lado da demanda que se percebem melhor os efeitos da crise, principalmente com a diminuição da procura de bens duráveis que dependem de crédito, como os automóveis, e a queda das exportações, devido à retração do consumo mundial.
Fochezatto prevê que o Brasil, em 2009, terá acúmulo de estoques, já que a produção não está caindo, e isso deve gerar a diminuição de preços e a queda dos juros. "Esse cenário é pouco estimulante ao investimento", avaliou. Como saídas para o Estado enfrentar a crise, o presidente da FEE citou o desenvolvimento regional, a produção de alimentos, a produção de energias alternativas e pesquisa na área de biotecnologia.






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