Pelo menos até outubro, a tempestade que abala a economia mundial não ameaçou o mercado de trabalho no Brasil. É o que indicam números divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o órgão, a estabilidade nas taxas de desemprego e de ocupação verificada em outubro mostra que o agravamento da crise econômica não afetou o país a ponto de provocar demissões, ao contrário do que vinha ocorrendo em outras regiões do globo.

No mês passado, a taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE ficou em 7,5%, ante 7,6% em setembro. Foi a segunda menor da série histórica da pesquisa, iniciada em março de 2002. O número de ocupados teve leve aumento, de 0,8%. No período, o IBGE contabilizou 1,8 milhão de pessoas sem emprego nas seis áreas. O total de ocupados ficou em 22,2 milhões.

— Parece não haver reflexo da crise — avaliou Cimar Azeredo, gerente da pesquisa mensal de emprego do IBGE.

Azeredo observou que um dos primeiros sintomas da crise no mercado de trabalho costuma ser o aumento da informalidade, o que não ocorreu em outubro. Ao contrário, houve aumento de 1,9% no número de contratações com carteira assinada na comparação com o mês anterior. Neste mês, porém, grandes empresas já anunciaram demissões.

Para Azeredo, a série histórica da pesquisa indica que é provável que a taxa de desemprego final de 2008 seja a menor da série iniciada em 2002. Na média de janeiro a outubro, a desocupação nas seis regiões ficou em 8%, bem inferior à apurada na média de igual período do ano passado (9,6%).

Na Região Metropolitana de Porto Alegre, os índices acompanharam a tendência nacional. A taxa de desemprego de outubro foi de 5,6%, ante 5,7% de setembro e 6,3% de outubro de 2007.

Para auxiliar na conquista de trabalho, Zero Hora apresenta nesta reportagem quatro caminhos que podem ser trilhados por quem busca oportunidade.