A crise financeira internacional derrubou a confiança dos industriais gaúchos e afetou, não só as condições atuais, mas principalmente as expectativas em relação ao futuro da economia brasileira. Esse é o resultado do Icei-RS (Índice de Confiança do Empresário Industrial), divulgado pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). O indicador registrou, em outubro, 50 pontos, ficando quatro abaixo do apurado na última pesquisa realizada em julho, e 10 pontos a menos do que o verificado no mesmo período do ano passado. O índice é o menor desde outubro de 2005.
Os dois indicadores analisados apresentaram desempenho negativo. Para os industriais entrevistados, a situação atual da economia brasileira piorou (43 pontos). No mesmo período de 2007, o índice registrou 55 pontos. Também há pessimismo em relação à confiança para o futuro da economia, com os resultados apontando apenas 44 pontos nesta variável. Esse resultado está oito pontos menor do que o verificado em julho. Já em comparação a outubro do ano passado, a desaceleração é bem mais acentuada, de 12 pontos.
Quando questionados sobre a situação da própria empresa, os entrevistados consideram desfavoráveis as condições atuais (48 pontos), mas a expectativa se mantém positiva para os próximos seis meses, embora tenha recuado de 57 para 51 pontos, em comparação a julho.
O Icei-RS é uma pesquisa trimestral onde o entrevistado avalia as condições atuais e expectativas da economia brasileira e da própria empresa. Os indicadores variam de zero (o cenário pior possível) a cem pontos (o melhor). Resultados acima de 50 pontos sinalizam que os industriais estão confiantes.
De acordo com o presidente da Fiergs, Paulo Tigre, "o mais importante nesse momento é que o Banco Central consiga regularizar as condições de crédito, para que as empresas continuem as suas atividades, minimizando os impactos negativos da crise mundial". Além disso, destaca, "as medidas anunciadas pelo governo federal precisam chegar na ponta, ou seja, devem se transformar em crédito".
A Fiergs, segundo ele, estará levando hoje ao Encontro Nacional da Indústria, em Brasília, o posicionamento do setor industrial gaúcho de que o Executivo deve monitorar desde já as medidas definidas - bem como as novas decisões que virão - para que os benefícios cheguem no prazo certo. "Nesse processo de acompanhamento, as autoridades poderão contar com as federações de indústrias, que estão aptas a repassar informações diárias sobre eventuais e pontuais dificuldades de crédito."
|