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10/07/2008 - Banco Central anuncia crédito em dólares
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Contra a falta de crédito no mercado causada pela crise financeira nos Estados Unidos, o governo vai utilizar as reservas internacionais para garantir crédito em dólares para os exportadores brasileiros. Também foi anunciado o aumento de uma linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) para financiar exportações. As medidas foram anunciadas ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, após o dólar romper o patamar de R$ 2,15 e a Bovespa ter o pregão interrompido duas vezes por causa das quedas no Ibovespa que superaram os 10% e os 15%. Na primeira medida anunciada, o BC irá comprar títulos públicos dos bancos, que serão pagos com dólares das reservas internacionais. Haverá, no entanto, um contrato de recompra da moeda norte-americana. Dessa forma, o BC receberá de volta os dólares em uma data futura determinada. Mantega explicou que esse mecanismo vai funcionar, portanto, como um "empréstimo em dólares". Os valores serão anunciados hoje pelo governo. A outra medida é o aumento da linha de financiamento pré-embarque do Bndes, que terá mais R$ 5 bilhões. Os recursos vão sair do caixa do governo.
A crise internacional justifica uma atuação mais enfática e direta do governo federal para aumentar a liquidez das linhas de crédito com o uso das reservas internacionais, desde que não haja o comprometimento do seu montante no longo prazo. A avaliação é do secretário extraordinário de Reformas Econômico-Fiscais do Ministério da Fazenda, Bernard Appy. "Justifica-se o governo intervir e trabalhar neste momento. É essencial para impedir que um problema de extrema tensão internacional, que acaba levando a uma retração forte das linhas de crédito, acabe comprometendo o crescimento do País e o crescimento das exportações."
Mantega analisou também a queda das bolsas de valores e a disparada do dólar. Interpretou que são situações que refletem um momento de irracionalidade do mercado financeiro e refletem a crise financeira dos EUA e as perdas de grandes bancos lá e na Europa. "O grande problema que nós estamos tendo no geral é a perda de confiança nas instituições financeiras. Isso se refletiu no Brasil, onde a bolsa caiu bastante ao longo do dia e o dólar subiu um pouco também", afirmou. "Não temos problemas de solvência no Brasil. Aqui não há ativos podres, embora estejamos sofrendo um problema de liquidez por causa desse estrangulamento no crédito internacional. E o governo está tomando as medidas adequadas para garantir que essa liquidez continue fluindo."
O ministro destacou que o principal reflexo da crise no Brasil é a falta de dinheiro em linhas internacionais, antecipando que o BC e o governo já tomam as "medidas adequadas" para manter o "nível ideal" de crédito no mercado, como alterações nos depósitos cumpulsórios, leilões de dólar e antecipação de crédito para o setor rural.
Segundo Mantega, o nervosismo dos mercados internacionais se deve ao fato de que o pacote de ajuda americana ainda não foi colocado em prática. Além disso, houve piora na situação da economia européia.

Giannetti sugere liberação de US$ 20 bilhões em ACC
Para evitar maiores problemas com capital de giro, as empresas exportadoras solicitaram ao Banco Central que ofereça uma linha de US$ 20 bilhões em Adiantamentos de Contratos de Câmbio (ACC) às empresas exportadoras do Brasil. Segundo Roberto Giannetti da Fonseca, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) e vice-presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da Fiesp, a idéia seria que o Tesouro destinasse os recursos das reservas cambiais para agências de bancos brasileiros no exterior, para que esses financiassem os exportadores. "Eu mesmo encaminhei uma carta ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, pedindo que ele estudasse a hipótese", afirma.
De acordo com Giannetti, a situação deste ano é mais séria do que em tempos passados. "Em outras crises, os fornecedores de crédito não emprestavam para nós, pois não havia confiança da parte deles. O problema agora não é mais o risco, mas os provedores de crédito que não têm mais recursos para emprestar".
Além da redução do crédito, outro problema que o setor exportador tem enfrentado é o aumento das taxas e redução dos prazos de pagamento para os recursos que ainda estão disponíveis. Segundo Giannetti, a taxa média que era de 3% a 4% ao ano para pagamento em 180 dias passou a ser de 11% a 12% ao ano, com prazo de, no máximo, 60 dias. "A falta de ACC traz um problema sério de falta de capital de giro para os exportadores, entre eles os frigoríficos, que usam esse dinheiro para pagar os fornecedores e pecuaristas", afirma.
Apesar de prever uma redução no consumo mundial, o representante dos frigoríficos disse que o Brasil tende a ser menos prejudicado por uma retração da demanda. Para ele, os Estados Unidos e a Europa representam, juntos, 40% das exportações nacionais e o País tem hoje uma dependência muito menor dessas economias. "Vai haver uma redução no consumo de alimentos, mas esse setor sofrerá menos que outros. A economia mundial vai continuar crescendo, em ritmo menor, mas puxada pela expansão dos países em desenvolvimento", afirma Giannetti.
O economista lembrou, no entanto, que os alimentos industrializados são os que devem sentir o maior impacto, por se tratar de produtos de maior valor agregado. Para ele, em situações como essa, as pessoas tendem a mudar alguns hábitos de consumo e passar a demandar alimentos mais baratos. "As commodities que estavam caindo vão continuar caindo. Os fundos vão continuar saindo das posições que tinham commodities, pressionando os preços", afirma.




O que foi feito até agora
19 de setembro
O BC fez um leilão casado de venda e compra de dólares. A operação funciona da seguinte maneira: o BC vende os dólares, mas os bancos que participam do leilão se comprometem a revender a mesma quantia ao BC depois de um mês. Impacto: US$ 500 milhões

24 de setembro
O BC aumentou de R$ 100 milhões para R$ 300 milhões o desconto dado no compulsório a ser recolhido pelos bancos. Também adiou de janeiro para março de 2009 a implantação total do compulsório que incide sobre os depósitos bancários feitos por empresas de leasing.
Impacto: R$ 13,2 bilhões

26 de setembro
Como a oferta de dólares no mercado continuava reduzida, levando à desvalorização do real, o BC faz um novo leilão casado de venda e compra de divisas.
Impacto: US$ 500 milhões

29 de setembro
BC promove o chamado swap cambial reverso, um contrato vendido que equivale à compra de dólares no mercado futuro e que costuma ser negociado em momentos de valorização do câmbio. Com o dólar subindo, o BC resgatou 75% dos papéis que venceram no dia 1 de outubro.
Impacto: US$ 1,5 bilhão

2 de outubro
O BC anunciou que dará um desconto no valor do recolhimento compulsório aos bancos que comprarem parte da carteira de crédito de instituições financeiras de menor porte. O objetivo é fazer com que bancos maiores repassem recursos para bancos menores.
Impacto: R$ 23,5 bilhões

6 de outubro
Como a pressão sobre a taxa de câmbio se mantém, o BC antecipou o resgate de contratos de swap reverso que venceriam somente no começo do mês que vem, uma operação que não era feita desde 2006.
Impacto: US$ 2,1 bilhões

O BC irá emprestar parte dos recursos depositados nas reservas internacionais para bancos que financiem exportações brasileiras. As instituições financeiras, por sua vez, terão que entregar ao BC títulos que sirvam de garantia para o pagamento desse empréstimo.



Agricultura preocupa o governo
Mesmo com a liberação dos compulsórios dos bancos e a antecipação de R$ 5 bilhões para o crédito agrícola, o governo não quer ser se surpreendido no ano que vem com a falta de recursos para o setor de agronegócios. Depois de conversas com representantes dos bancos privados, federais e das grandes empresas de trading do setor, a equipe técnica do Ministério da Fazenda preparou uma série de medidas que poderão ser adotadas ao longo dos próximos meses para facilitar a irrigação de recursos para os produtores e exportadores de commodities agrícolas. Entre as medidas que estão em estudo, uma em especial se destinará aos grandes agricultores.





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