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02/09/2008 - EXPOINTER 2008
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JC entrega hoje troféu O Futuro da Terra em Esteio
Às 19h de hoje o Jornal do Comércio entrega o troféu O Futuro da Terra para 11 entidades e personalidades que contribuíram para fortalecer o agronegócio gaúcho através da pesquisa e da inovação. A entrega dos troféus - uma criação da artista plástica Cláudia Stern - será na Casa Farsul da Expointer. A promoção é realizada em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) e se divide em cinco categorias: Cadeias de Produção Agrícola, Tecnologia Rural, Novas Alternativas Agrícolas, Preservação Ambiental e Prêmio Especial.
O Prêmio Especial irá para o professor titular do Departamento de Doenças Infecciosas da UFSM Rudi Weiblen, com atuação destacada em várias doenças virais. Ele também atua como editor da Revista Ciência Rural, considerada uma das mais importantes publicações científicas da área no País. "O Futuro da Terra é um incentivo a todos que trabalham no desenvolvimento da pesquisa voltada à agropecuária. É preciso destacar a contribuição de todas essas pessoas e de seus trabalhos para a comunidade", destaca a coordenadora do Comitê de Ciências Agrárias da Fapergs, Maria Teresa Schifino Wittmann.
Para o diretor-presidente do Jornal do Comércio, Mércio Tumelero, "a premiação é uma forma de valorizar o desenvolvimento de tecnologias que impulsionam o agronegócio, um setor de vital importância para o Rio Grande do Sul".
Os premiados foram indicados pelos membros do Comitê de Ciências Agrárias da Fapergs, que, além da coordenadora, Maria Teresa Schifino Wittmann, e do vice-coordenador Ronaldo Matzenauer, é composto por Rodrigo Costa Mattos, Marta Gomes da Rocha, Carlos Gil Turnes, Cimélio Bayer, José Ricardo Pffeifer Silveira, Osmar Nickel e Carlos Prentice Hernandez.

Os premiados
Cadeias de Produção Agrícola
- Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Maria
- Fernando Irajá Felix de Carvalho, professor aposentado da UFPEL e da Ufrgs
- Cosulati, da Região Sul do Estado

Tecnologia Rural
- Sítio Pinheirinho, André da Rocha/RS

Novas Alternativas Agrícolas
- Embrapa Trigo, Área de Pesquisa em Biotecnologia, Passo Fundo/RS
- Umberto Almeida Camargo, pesquisador em Melhoramento Genético, Embrapa Uva e Vinho, Bento Gonçalves/RS
- João Mielniczuk e Ibanor Anghinoni, professores aposentados do Departamento de Solos da Ufrgs, Porto Alegre/RS

Preservação Ambiental
- Departamento de Ecologia da Ufrgs, Porto Alegre/RS
- Ilsi Iob Boldrini, professora do Departamento de Botânica da Ufrgs, Porto Alegre/RS

Prêmio Especial
- Rudi Weiblen, professor titular de Doenças Infecciosas da UFSM, Santa Maria/RS

Sabores do campo para a mesa da cidade


Cachaças artesanais, salames, copas, queijos coloniais, doces, geléias, rapaduras, açúcar mascavo, arroz integral, artesanato em lã, conchas, couro. Esses são alguns dos produtos que podem ser encontrados nos 167 estandes da 10ª Feira da Agricultura Familiar, um dos pavilhões mais visitados da Expointer 2008.
A ampliação do espaço ocupado pelas pequenas agroindústrias na feira e o conseqüente sucesso obtido pelos expositores nos últimos anos deve, na avaliação do delegado estadual do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Nilton Pinho De Bem, nada mais é do que um reconhecimento ao trabalho realizado ao longo dos anos. "A colheita dos agricultores familiares representa 65% de toda a produção agrícola do Estado", lembra o dirigente.
Em Esteio, as vendas do setor estão tão boas que muitos expositores terminaram seus estoques no primeiro final de semana e ontem já estavam providenciando a reposição das prateleiras. Um deles é o produtor de cachaças artesanais de Harmonia, Leandro Hilgert, que começou a dedicar-se à arte da destilação em 2004. Ele produz anualmente entre 15 a 20 mil litros do Harmonie Schnaps (aguardente de Harmonia, em alemão) em sua propriedade de um hectare no Distrito de Morro Azul, na rota turística dos sabores e saberes. A produção de destilados em alambiques já é uma tradição de seus familiares que vieram da Alemanha em 1853. Seus avós continuaram com a atividade até 1981, quando pararam por dificuldades econômicas. Hilgert retomou a produção e está expandindo o negócio. O Harmonie Schnaps é uma das 23 cachaças brasileiras rastreadas e certificadas pelo Inmetro. Tem as versões jovem e a envelhecida. Esta última é envelhecida durante dois anos em quatro madeiras diferentes: carvalho, grápia, louro e cabriúva. São quatro pipas, uma de cada madeira. "Na hora de engarrafar faço um blend de 25% de cada uma delas", explica. Já a jovem, depois de destilada, vai direto para um tanque de aço inox.
Outra cachaçaria presente na feira é a Weber Haus, cujos produtos são certificados pelo Inmetro e pela Ecocert. Há duas semanas a cachaça envelhecida da marca ganhou uma medalha de ouro na Exposição Internacional de Bruxelas. Seu proprietário, Evandro Weber, conta que há quatro anos está exportando 5% da sua produção para os Estados Unidos e países da União Européia. "Nosso maior comprador é a Alemanha", diz ele, orgulhoso, salientando que depois que provaram a aguardente os alemães ficaram fregueses.

Delícias coloniais de ponta a ponta do pavilhão
No estande da Cooper Fonte Nova, cooperativa das agroindústrias familiares de Crissiumal, o forte são os melados, as rapaduras, as geléias e os sucos. Na banca da família Mocelin pode se comprar queijos da colônia, produzidos em Marau e até um parmesão que fica de molho no vinho por vários dias até apresentar uma casca dura, segundo a expositora Ema Cucolet.
A maioria dessas pequenas agroindústrias comercializa seus produtos na região de origem, já que a pequena escala não permite o avanço dos negócios para outras localidades. Esta foi a explicação que Sixto Breda deu a um comprador do Paraná interessado em copas e salames produzidos por ele e seus primos em Cotiporã.
"A qualidade é muito boa, mas nossa capacidade de produção é de no máximo 20 carcaças por dia. Se aumentarmos muito deixamos de ser agroindústria familiar além de comprometer a qualidade de nossos produtos", explicou o expositor.
Outras bancas muito procuradas pelos visitantes da Expointer são as de artesanato de couro e de lãs. Uma das que mais chama a atenção do público, porém, é a Xaricultura Piratini, voltada ao ramo das ervas medicinais. Uma pequena propriedade de Piratini é responsável pelo cultivo e empacotamento em embalagens de 50 gramas de espécies como marcela, camomila, poejo, carqueja, quitoco e outras ervas medicinais. Embutidos, como salames, também encontram espaço sobre as bancas de agricultura familiar.
Não menos visado é o estande localizado ao lado, onde são vendidos cobertores de lã crua, produzido por artesãs de Mostardas, no Litoral Norte do Estado. A quilombola Orlanda Silva Duarte compra a lã bruta direta do produtor. Lava, carda, fia e tece os cobertores e ponchos, em uma média de sete por mês. Em um ano industrializa cerca de 700 quilos de lã crua, atividade que desenvolve em parceria com o marido, Orlando Silva Duarte.





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