O Rio Grande do Sul deu ontem o primeiro passo para se inserir definitivamente na Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), projeto lançado em maio pelo governo federal. Um protocolo assinado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), durante evento realizado em Porto Alegre para apresentar a empresários as oportunidades desse programa, formaliza a parceria e cria uma espécie de cronograma de ações para os próximos meses. "Essa visita não é uma ação esporádica. Estamos muito otimistas e conscientes de que existe um solo fértil para esse tipo de iniciativa aqui no Rio Grande do Sul", afirmou o presidente da ABDI, Reginaldo Arcuri. Ele elogiou a ampla análise da PDP que foi feita previamente pela Fiergs, para identificar pontos nos quais o Estado poderá se inserir.
Nas próximas semanas deve ser agendada uma reunião entre representantes das duas entidades e que envolverá ainda o governo do Estado. Também estão previstas visitas a empresas locais para estimular o conhecimento mais sólido do setor produtivo gaúcho. Ontem, Arcuri esteve na DHB Componentes Automotivos e na Teikon. A meta é que parcerias como essas sejam criadas em todo o Brasil e o Rio Grande do Sul é um dos que está mais avançado nesse processo.
A Política de Desenvolvimento Produtivo engloba quatro metas principais a serem atingidas até 2010. A primeira delas é a ampliação do investimento fixo com relação ao Produto Interno Bruto (PIB) para 21%, passando dos atuais R$ 450 bilhões para R$ 620 bilhões. Outros objetivos traçados são o de elevar os gastos privados em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) em 0,65% e incrementar em 10% o número de pequenas e médias empresas exportadoras. Em 2006, eram cerca de 11.792 companhias. E, por fim, a PDP vai incentivar ações para ampliar a participação das empresas brasileiras no mercado internacional.
Para Arcuri, o Rio Grande do Sul tem potencial para contribuir muito com essas metas, em função do dinamismo da sua economia. Ele destaca que existem ações específicas para atender as necessidades, por exemplo, do setor exportador, que vem sofrendo com a valorização do real frente ao dólar. Uma alternativa prevista é a simplificação dos processos de venda de produtos para o mercado internacional. Ele destaca que a atividade produtiva envolve risco e um melhor desempenho depende também da capacidade de os empresários diminuírem custos, mas assegura que o governo vai participar ativamente desse processo. Outra possibilidade real é o incentivo à inovação que, para o presidente da ABDI, tem um papel fundamental dentro dessa política. "Essa é a palavra de ordem do momento e isso precisa se espalhar no tecido produtivo e não ficar restrito às grandes empresas", observa.
Como medida prática, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) ampliou recentemente os recursos de subvenção, que prevê o aporte de capital a fundo perdido para a iniciativa privada. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Tecnologia prevê investimentos de R$ 41,2 bilhões até 2010.
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