O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou ontem que considera precipitado o questionamento do futuro do regime de metas para inflação. Ele defende o sistema que tem se mostrado bastante "resiliente e eficaz". Meirelles observou que a elevação da inflação global ocasionada por pressões de preços de matérias-primas, aliadas a descompassos entre oferta e demanda, vêm ampliando essas discussões. "Nós do Banco Central do Brasil acreditamos no regime de metas. O Brasil foi um laboratório de experimentos de métodos heterodoxos para o controle da inflação. Os resultados foram devastadores", afirmou Meirelles, na abertura do 10º Seminário Anual de Meta para Inflação do BC.
Para Meirelles, não se pode esperar que o regime de metas resolva problemas estruturais. O presidente do BC comentou também que é preciso admitir que existem limites na política monetária. Segundo ele, os juros podem buscar a preservação do equilíbrio interno de países como o Brasil. Ele lembrou que não é possível mirar dois objetivos, como a inflação e o câmbio, ao mesmo tempo. "No regime de metas, a taxa de juros deve ser desonerada da função de promover o equilíbrio do balanço de pagamentos", completou.
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