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04/07/2008 - Produtores e indústrias ameaçam fechar fronteira
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Os produtores de vinho e a indústria vinícola do Rio Grande do Sul ameaçam fechar a fronteira do Brasil com a Argentina, caso os pleitos do setor não sejam atendidos, para amenizar a crise provocada pela queda no consumo do vinho nacional. Cerca de 80% de um total de 77,5 milhões de litros de vinhos finos comercializados no ano passado no País são oriundos de outros países.
Nessa quinta-feira as lideranças do setor entregaram a pauta de reivindicações ao chefe da Casa Civil, José Alberto Wenzel (PSDB), e ao vice-presidente da Assembléia Legislativa, Cassiá Carpes (PTB). Pela manhã, a mesma pauta foi entregue à Superintendência do Ministério da Agricultura no Estado. A entrega do documento ocorreu pouco depois de uma grande mobilização de produtores que concentrou, em frente ao Palácio Piratini, cerca de três mil pessoas.
Os pleitos serão repassados à governadora Yeda Crusius e ao secretário da Agricultura, João Carlos Machado, que pretendem analisá-los para encontrar uma alternativa para mais de 20 mil famílias que dependem da uva como única atividade econômica. "Este é um segmento importante para o País e queremos levar as reivindicações até o governo federal", afirma Wenzel. Na próxima quarta-feira, o setor se reúne em Brasília com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para exigir que seja retirado o excedente de vinho do mercado. Os representantes também vão solicitar um encontro com o presidente Lula para mostrar a situação.
Entre as diversas lideranças que estiveram em Porto Alegre, o prefeito de Nova Pádua, Ivo Sonda, afirma que a situação no município está desesperadora, pois não há vinícolas suficientes para que os produtores possam comercializar a produção. "Eles são obrigados a vender para outras cidades, por isso são dependentes somente desta atividade primária", comenta. Hoje 640 famílias vivem somente da colheita da uva, e a produção chega a 33 milhões de quilos por ano no município.
Segundo o presidente da Comissão Interestadual da Uva, Olir Schiavenin, os produtores estão comercializando a safra a um valor entre R$ 0,70 e R$ 0,60 o quilo da uva de casta nobre, quando o preço médio fica entre R$ 1,00 e R$ 1,20. Caso os preços da uva não aumentem, os produtores ameaçam não realizar a colheita da próxima safra. "Estamos alertando o governo muito antes da colheita para que tome alguma atitude a favor dos produtores e para que não haja um desastre no setor", salienta Schiavenin.

Reduzir em 25% os estoques de vinho através dos instrumentos de controle: formação de estoques reguladores que possam garantir a colocação total da próxima safra.
Reduzir os tributos incidentes sobre o vinho e diferenciar a carga tributária incidente - produto genuíno - com a dos produtos que imitam o vinho, como sangrias, coquetéis e bebidas alcoólicas mistas.
Exigir o cancelamento dos registros de produtos que imitam o vinho.
Renegociar acordos de comércio de vinhos com o Mercosul.
Apoiar políticas de reestruturação do setor vitivinícola brasileiro.
Fiscalização intensa da Polícia Federal, Receita Federal e Ministério da Agricultura para evitar o contrabando.





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