Apesar de o total das exportações gaúchas (indústria e agropecuária) ter alcançado uma elevação de 22% em maio, em comparação com o mesmo período do ano passado, a taxa de crescimento ficou bem abaixo da média brasileira, de 40%. Com o resultado, o Estado caiu do terceiro para o quinto lugar no ranking nacional. O Paraná passou à frente por ter adiantado a colheita da safra de soja. Os números foram divulgados nesta quinta-feira pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs).
A elevação na demanda por alimentos, em especial na Ásia, teve reflexo direto nas vendas externas do Rio Grande do Sul em maio: a China ocupou o primeiro lugar nos destinos dos produtos gaúchos, respondendo por 16% do total exportado (US$ 1,7 bilhão). Grão e óleo de soja figuraram entre os principais embarques. O país asiático ultrapassou os Estados Unidos e a Argentina, que participaram com 9% e 8%, respectivamente. "O crescimento do consumo mundial por alimentos, impulsionado pelos países emergentes, tem produzido resultados positivos nas nossas exportações", afirmou o presidente da Fiergs, Paulo Tigre.
O setor industrial foi responsável por 78% das vendas externas do Rio Grande do Sul e somou US$ 1,3 bilhão no mês passado. Setorialmente, o melhor desempenho foi de Alimentos e Bebidas, que teve a maior participação na pauta exportadora gaúcha (26%). Seus embarques somaram US$ 439 milhões, uma elevação de 59% ante a igual período em 2007. O setor de Máquinas e Equipamentos gerou US$ 146 milhões, um crescimento de 51%. Já Couro e Calçados, que contribui com 8% dos embarques, fechou maio negativamente em 3%.
As importações de produtos industriais subiram 31% no mês passado e chegaram a US$ 1,03 bilhão, e estão concentradas em produtos dos segmentos de Máquinas e Equipamentos (91%), Material de Transporte (86%) e Químico (66%) que, juntos, responderam por 48% do total. "O elevado nível de utilização da capacidade da indústria cria um ambiente favorável para que sejam feitos investimentos", disse Tigre. O industrial destacou ainda que a expansão da atividade se reflete no aumento das importações de bens de consumo duráveis, que, pela primeira vez no ano, superaram os combustíveis em taxa de crescimento. As perspectivas para o setor externo em 2008 seguem positivas, e as exportações devem atingir US$ 18,9 bilhões, com um saldo comercial de US$ 4,1 bilhões.
As exportações de produtos gaúchos com alta tecnologia tiveram uma elevação de 7% em maio, em comparação com o mesmo período de 2007. Nesta categoria, as vendas externas atingiram US$ 12 milhões, enquanto os embarques dos produtos que possuem baixa tecnologia aumentaram 30% (US$ 662 milhões). Os produtos com média-alta e média-baixa tecnologia venderam US$ 397 milhões e US$ 129 milhões, respectivamente, com aumentos de 19% e 5%.
Ranking
1º São Paulo US$ 4,7 bilhões
2º Rio de Janeiro US$ 2,2 bilhões
3º Minas Gerais US$ 2,0 bilhões
4º Paraná US$ 1,8 bilhão
5° Rio Grande do Sul US$ 1,7 bilhão
Compras externas de calçados cresceram 52,9%
As importações de calçados cresceram 52,9% nos cinco primeiros meses do ano em relação ao mesmo período do ano passado, para US$ 122,2 milhões. Foram desembarcados no período 17,1 milhões de pares, o que representou um incremento de 49,3% nas compras de calçados em relação a 2007, informou a Abicalçados.
O resultado das importações contrasta com um crescimento de 2% no faturamento das indústrias calçadistas com as exportações. Nos cinco primeiros meses do ano, as vendas do setor ao exterior foram de US$ 784,2 milhões. Em relação ao volume de pares embarcados, ocorreu um aumento de apenas 0,8%, para 78,5 milhões de pares. Se for considerado apenas o resultado de maio, o faturamento com as exportações recuou 3,6%.
Os calçados importados têm origem basicamente no mercado asiático. Os desembarques chineses responderam por 72,8% das compras, com 15,034 milhões de pares de sapato, a um custo de US$ 89,1 milhões - alta de 65,6%. Em seguida está o Vietnã, com US$ 18,928 milhões em importações, o que significa um incremento de 55,08% sobre o resultado dos cinco primeiros meses do ano passado.
Por destinos, os EUA mantêm a liderança como principal mercado ao calçado brasileiro nos cinco primeiros meses do ano, com US$ 220,2 milhões em importações. No entanto, na comparação com igual período do ano passado, as vendas aos norte-americanos caíram 28,7%. As exportações de calçados estão sendo puxadas pelos embarques de calçados sintéticos, que totalizaram 46,4 milhões de pares do produto, a um lucro médio de US$ 10,65. Já as vendas de sapatos de couro, com maior valor agregado, foram de 26,2 milhões de pares, com um preço médio de US$ 20,45. Do Ceará, partiram 29,02 milhões de pares, uma participação de 36,9%. Em seguida, aparece o Rio Grande do Sul, com 24,8 milhões. Por faturamento, as indústrias gaúchas lideram com uma receita de US$ 471,6 milhões.
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