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03/06/2008 - Porto Alegre volta a ter a cesta mais cara do País
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Porto Alegre voltou a ter o posto mais indesejado entre os consumidores. Depois de seis meses fora do topo do ranking de avaliação do Dieese das capitais brasileiras, Porto Alegre teve uma alta de 4,3% na cesta básica em maio em comparação com o mês anterior. O valor apurado foi de R$ 236,58. Com isso, a Capital gaúcha superou São Paulo e Belo Horizonte, respectivamente segundo e terceiro colocados.
Dos 13 produtos que compõem o conjunto de gêneros essenciais, dez tiveram aumento no mês passado, com destaque para a batata (39,8%) e o arroz (27,3%). De acordo com a economista do Dieese, Daniela Sandi, a valorização no preço da saca de arroz recupera os valores ao produtor, mas por outro lado pesa no bolso do consumidor. "Há espaço para altas ainda maiores no preço do arroz", alerta. A carne também pesou muito no bolso dos gaúchos, conforme avaliação do órgão. Apesar de ter subido apenas 1,2% em relação a abril, este item representa 37% do valor da cesta básica.
O quadro dos porto-alegrenses piora ainda mais quando é feita a relação com o salário mínimo, que teve incremento de apenas 9,21% e hoje é de R$ 415,00. O valor da cesta básica representou 61,9% do salário mínimo líquido, contra 59,4% em abril. O trabalhador que recebe apenas um salário precisou cumprir uma jornada de 125 horas e 25 minutos em maio para obter os bens alimentícios. Segundo o Dieese, o salário mínimo necessário passou a corresponder a R$ 1.987,51, o que representa 4,79 vezes o piso em vigor. Os valores levam em questão os gastos de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
Outro item que causa perplexidade para a economista é o feijão. Hoje o estoque do produto e a produção chegam a 3,5 milhões de toneladas e o consumo a 3,350 milhões de toneladas. "Existe um diferença de 150 mil toneladas e o governo poderia realizar leilões para reduzir o valor ao consumidor", destaca Daniela. Em 12 meses, o feijão teve uma alta expressiva de 158,7% e o preço em maio ficou em R$ 3,60. A farinha de trigo também poderá ter preços mais altos ao longo do ano. As restrições do governo argentino em exportar o produto obrigaram o Brasil a importar de outros países como os Estados Unidos e o Canadá, que têm valores mais elevados. "Neste caso, a solução é substituir a farinha de trigo pela de milho. Mas outros itens da cesta não têm substituição", declara Daniela.
O preço da cesta básica subiu em maio em 14 das 16 capitais pesquisadas. O aumento dos preços dos itens que compõem a cesta foi generalizado, apontou o Dieese, que atribuiu o movimento a fatores climáticos, pressões do mercado internacional e à alta dos insumos como adubos e fertilizantes derivados do petróleo.
A cesta básica de Recife foi a que mais subiu em maio, com alta de 14,19%, seguida por Natal (8,91%) e Florianópolis (7,61%). Já as menores variações foram registradas no Rio de Janeiro (0,31%) e Belo Horizonte (0,98%). As exceções foram Goiânia e Salvador, onde o preço da cesta básica recuou 1,19% e 0,35%, respectivamente.
As cestas mais baratas foram as de Salvador (R$ 176,05), Aracaju (R$ 183,40) e João Pessoa (R$ 187,21).

Carne 13,11 12,95 1,24% -3,17% 16,74%
Leite 1,37 1,36 0,78% 7,08% 25,67%
Feijão 3,60 3,53 1,95% 41,11% 158,79%
Arroz 1,77 1,39 27,34% 24,65% 47,50%
Farinha 1,88 1,73 8.46% 22,61% 50,00%
Batata 1,58 1,13 39,82% 9,72% 17,04%
Tomate 3,53 3,20 10,31% 115,24% 17,28%
Pão 5,64 5,12 10,16% 13,25% 17,26%
Café 9,64 9,46 1,76% -0,86% 3,03%
Banana 2,36 2,57 -8,20% -14,82% 20,41%
Açucar 1,07 1,02 4,90% -7,76% -16,41%
ÓIeo 3,44 3,57 -3,50% 30,28% 64,54%
Manteiga 12,71 13,13 -3,25% 1,60% 16,79%





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