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10/02/2011 - Desempenho econômico gaúcho é o segundo pior do País
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Nas últimas três décadas, o Rio Grande do Sul teve o segundo pior desempenho econômico do País, à frente apenas do Rio de Janeiro. Levantamento da Fundação de Economia e Estatística do Estado (FEE), publicado na Carta de Conjuntura de fevereiro, mostra que a economia gaúcha cresceu a uma taxa média de 2,05% ao ano, enquanto a brasileira inflou anualmente 2,4%.


No período do estudo (1981-2009), o Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul cresceu 75,6%. Durante esses 29 anos, houve crescimento negativo do PIB em 11 deles. As piores quedas aconteceram em 1990 (-6,6%), 1995 (-5,0%) e 2005 (-2,8%). E a maior alta foi a de 1993 (10,8%), seguida pela de 1992 (8,3%).


A má performance gaúcha também reflete na queda do PIB per capita. O Estado já foi o 4º com maior riqueza por habitante, mas acabou ultrapassado por Santa Catarina e Espírito Santo. Em breve, de acordo com o ritmo de crescimento verificado nos últimos anos, poderá ser ultrapassado também por Mato Grosso e Paraná.


O economista da FEE Carlos Águedo Paiva explica que a situação da economia gaúcha se agravou após o início do plano real, em 1994. O controle cambial afetou duramente as exportações, uma vez que tornou os preços de produtos gaúchos mais caros fora do País. Em 2010, por exemplo, as exportações cresceram gaúchas apenas 1%, enquanto as brasileiras subiram 32%. Além disso, o combate à inflação impediu valorização das commodities agrícolas no mercado interno.


No entanto, as políticas internas de desenvolvimento do Estado também foram falhas nas últimas décadas, aponta o economista. "A política de desenvolvimento do Rio Grande do Sul em geral não vem privilegiando suas reais potencialidades", diz Paiva. O Estado não modernizou segmentos já consolidados, como o coureiro-calçadista, e nem priorizou investimentos nestas cadeias.


Os incentivos fiscais e a atração de empresas recaíram sobre setores dispendiosos, que não trouxeram resultado tão importante à economia gaúcha. Em alguns casos, mudou-se radicalmente o perfil produtivo gaúcho. Paiva cita como exemplo o desenvolvimento do polo petroquímico de Triunfo, em uma região que não produz petróleo, estimulado pelos governos federal e estadual.


"É claro que a chegada de empresas e indústrias é sempre interessante para o Estado. Mas precisamos considerar a que preço estes investimentos ocorrem", pondera. A renúncia fiscal do governo gaúcho nas últimas décadas em prol de setores "desconectados" à produção teria empobrecido o serviço público, prejudicando o Estado de investir e cumprir seu papel social.


Para Paiva, é necessário que haja um diagnóstico das reais potencialidades do Estado, e que priorize nestes os investimentos e estímulos fiscais. "Hoje, temos setores com muita potencialidade, como a cadeia leiteira. É uma oportunidade de desenvolvimento que deve ser explorada", cita o economista. O Sistema de Desenvolvimento Econômico, lançado nesta semana pelo governador Tarso Genro, é apontado como uma boa alternativa para definir novas políticas de crescimento.







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