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27/01/2011 - Banco Central diz que inflação evolui de maneira desfavorável
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Preços das commodities pressionam índice em grandes economias A ata da reunião de janeiro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), divulgada nesta quinta-feira, reconhece que o cenário para a inflação evoluiu desfavoravelmente desde a reunião de dezembro. A afirmação consta no parágrafo 24 do primeiro documento produzido sob a presidência de Alexandre Tombini no BC. Na última reunião do Copom, a Selic - a taxa básica de juros da economia - subiu de 10,75% para 11,25% ao ano.


"De fato, no último trimestre do ano passado, a inflação foi forte e negativamente influenciada pela dinâmica dos preços de alimentos", cita o documento, ao lembrar que esses preços sofreram com choques de oferta no Brasil e também no exterior. O Banco Central reconhece que esses aumentos dos preços de alimentos "tendem a ser transmitidos ao cenário prospectivo" da inflação de várias maneiras, como a inércia inflacionária e as projeções do mercado.


Ainda no trecho 24 da ata, os diretores do BC avaliam como relevantes os riscos gerados pela persistência do descompasso entre as taxas de crescimento da oferta e da demanda. "Note-se, também, a estreita margem de ociosidade dos fatores de produção, especialmente, de mão de obra." O documento cita que, nessas circunstâncias, há um risco importante na "possibilidade de concessão de aumentos nominais de salários incompatíveis com o crescimento da produtividade". Apesar do alerta, a ata do Copom lembra que há sazonalidade da inflação característica no primeiro trimestre, bem como concentração atípica de reajustes de preços administrados no período. "Embora, para o ano como um todo, o comportamento desses itens tenda a ser relativamente benigno."


O parágrafo 24 termina com a citação de que o cenário para a inflação "também contempla o potencial impacto negativo decorrente das condições climáticas extremamente adversas verificadas neste início de ano em algumas regiões do Brasil". O texto afirma que há probabilidade significativa de que pelo menos parte desse processo seja revertido durante o ano.


O BC afirma também afirma que considera, no cenário central, o cumprimento da meta de superávit primário de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011. A estimativa leva em conta a meta "sem ajustes", cita o texto, "conforme parâmetros constantes do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias", completa. Para 2012, admite-se como hipótese de trabalho um superávit primário de 3,1% do PIB. O superávit primário representa a economia para o pagamento dos juros da dívida pública.


A projeção oficial de inflação em 2011 feita pelo BC no chamado cenário de referência subiu em relação à estimativa feita no início de dezembro e "se encontra acima do valor central de 4,5% para a meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN)". Em dezembro, o número já estava acima do valor central da meta.
No cenário de referência, o Banco Central leva em conta as hipóteses de manutenção da taxa de câmbio em R$ 1,70 e da Selic em 10,75% ao ano em todo o horizonte relevante.


O Copom reconhece ainda que os preços das commodities se elevaram desde a última reunião em dezembro. Diante dessa avaliação, os diretores do BC consideram que a trajetória dos índices de preços mostra elevação de pressões inflacionárias em algumas economias relevantes, enquanto tendem a se exaurir preocupações com a perspectiva de deflação em outras.







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