A produção de biogás, através da decomposição de matéria-orgânica, começa a ser difundida como uma resposta para o impacto ambiental que dejetos de suínos, aves, gado e outros animais causam. Uma das empresas que incentivam essa prática no País é a Itaipu Binacional. O superintendente de Energias Renováveis da companhia, Cícero Bley, explica que a empresa percebeu uma grande mudança nas águas da bacia hidrográfica que alimentam o reservatório da hidrelétrica: uma alteração biológica, chamada de eutrofização, resultado de uma proliferação excessiva de várias espécies de algas.
Essas algas alimentam-se de nutrientes orgânicos, que vêm pelas calhas dos rios, provenientes de dejetos da suinocultura, ovinocultura, avicultura, entre outras fontes. “E as carcaças das algas acumulam-se no fundo dos rios e começa um processo de geração de emissão de gases que provocam o efeito estufa”, diz Bley.
São cerca de 1,5 mil granjas no entorno do reservatório de Itaipu. O dirigente revela que esse cenário fez com que a companhia buscasse uma solução para esses dejetos. A alternativa adotada foi a geração de biogás, que está sendo aplicado em motores para a geração de energia elétrica.
O produtor local usa a energia para suas necessidades e o excedente é vendido para a Companhia Paranaense de Energia (Copel), que disponibiliza na rede elétrica. Pela Resolução Normativa Aneel 390/2009, qualquer distribuidora de energia elétrica pode fazer chamadas públicas para comprar eletricidade produzida por biodigestores. Bley diz que a experiência desenvolvida no Paraná pode ser replicada no País e acrescenta que a atividade pode se candidatar ao mercado de créditos de carbono.
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