Depois de sete anos suspenso, está de volta o Exame de Suficiência para os contadores e técnicos contábeis. Instituída pela Lei nº 12.249/2010, a avaliação será realizada no dia 27 de março e será direcionada a quem tenha concluído o curso de bacharelado em Ciências Contábeis ou Técnico em Contabilidade. Profissionais formados nos respectivos cursos que não encaminharam o registro no CRC de sua região até o dia 29 de outubro do ano passado também terão que realizar o exame.
O retorno da prova, que foi aplicada em dez edições, de 2000 a 2004, representa a necessidade de valorização da profissão e irá testar conhecimentos dos alunos em relação à teoria e prática da contabilidade. As mudanças legislativas e tecnológicas também terão reflexos no conteúdo do exame.
Com as mudanças adotadas por lei nos últimos anos, vive-se uma outra realidade da contabilidade brasileira. “Certamente as provas irão contemplar esses novos padrões”, afirma o vice-presidente de Desenvolvimento Operacional do Conselho Federal de Contabilidade, Enory Spinelli. De acordo com ele, o retorno do exame representa uma valorização da classe e do bom momento vivido pela profissão no País.
Essa primeira edição da prova irá balizar a categoria em termos de avaliação. Segundo ele, será uma espécie de termômetro para saber como está o preparo dos contadores recém-egressos da universidade, e também para saber como será o índice de aprovação. Em sua última edição, em 2004, dos 7.448 inscritos para a habilitação de contador, 5.053 foram aprovados. Já na categoria técnico em Contabilidade a aprovação foi de 1.677, diante de 4.542 inscritos.
O exame realizado em 2011 deve desencadear uma série de aperfeiçoamentos nos cursos de graduação. “As próprias faculdades poderão reavaliar algum ponto e vir a buscar complemento de disciplina”, afirma Spinelli.
Uma das razões que justifica o retorno da avaliação é a falta de profissionais qualificados no mercado. “Temos que entender que o contador não pode ser somente um tecnicista, ele tem que ser também um comunicador da informação contábil”, argumenta Spinelli.
Antiga aspiração do Sistema CFC/CRCs, a reformulação da Lei de Regência e a obrigatoriedade do Exame de Suficiência são frutos de um processo de discussões que envolveram o CFC, os 27 conselhos regionais e a participação direta dos profissionais da classe, por meio de audiências públicas. O Conselho Federal entende que a consequência imediata dessas mudanças será a formação de profissionais com uma base mais sólida. O esforço para o aprimoramento não termina, no entanto, com a aprovação no Exame de Suficiência. O Sistema Contábil Brasileiro está voltado para a necessidade da qualificação e tem desenvolvido um projeto de educação continuada dos mais avançados do País. O CFC determinou que quem não tivesse registro poderia efetuá-lo até outubro. Quem não efetuou seu registro, mesmo sendo formado há mais tempo, terá que fazer a prova para obter o registro.
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