Após a confirmação de que o Natal de 2010 foi o melhor dos últimos 10 anos e que a inadimplência recuou no ano passado, a expectativa do comércio varejista é de aumento do calote em 2011 e crescimento mais modesto do setor, na casa dos 6%, segundo levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Os números de 2010 ainda não estão fechados, mas a previsão da entidade é que o faturamento tenha registrado alta de 12% na comparação com 2009. Por trás da avaliação de que o brasileiro honrará menos seus endividamentos estão o aumento das compras parceladas no final do ano e a perspectiva de elevação dos juros pelo Banco Central.
O economista da CNDL, Fernando Sasso, prevê que a inadimplência subirá de 2,5% a 4% este ano. Em 2010, houve uma queda de 1,85%. A inversão da tendência, segundo ele, deve se dar principalmente nos primeiros quatro meses do ano, quando tradicionalmente há repique do número de maus pagadores.
A sazonalidade ocorre por conta da incidência de impostos e a necessidade de compras de material e de matrículas escolares no início do ano. Também sofre a influência de quem gastou mais do que podia com as compras de Natal e as férias. Assim, para o quadrimestre, Sasso projeta um crescimento de 5% da inadimplência em relação ao mesmo período de 2010, percentual que deve ser diluído ao longo do ano. Apesar disso, o setor não se preocupa com essas dívidas em atraso porque elas ainda estão em um valor relativamente baixo. Para se ter uma ideia, em dezembro, 75% da inadimplência no varejo era de valores entre R$ 0,01 e R$ 250,00, considerada fácil de ser paga.
O setor identificou também o aumento do tíquete médio de compras em 2010. Isso é explicado, conforme Sasso, pelo aumento da massa salarial e da inserção das classes C, D e E no mercado.
Além disso, os lojistas estão confiantes de que as vendas sigam aquecidas, embora não tão fortes quanto em 2010. A previsão de crescimento de 6% neste ano já considera a base de comparação mais elevada. Em 2010, o aumento das vendas foi de 8,25%.
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