O presidente do BC admitiu que uma diminuição da meta ajudaria o País a ter um juro real menor no futuro
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, defendeu nesta quarta-feira, 15, a redução das metas de inflação como forma de o Brasil ter um juro real menor no futuro. Em evento na capital goiana, disse que "a redução da meta de inflação é uma experiência bem sucedida" quando o plano é reduzir o juro real. Depois de eleita, a presidente Dilma Rousseff admitiu que um de seus desejos é levar o juro real brasileiro - atualmente próximo de 6% - para um patamar próximo de 2% ao ano.
"A taxa de juro real cai em consequência da estabilização da economia, em consequência da diminuição dos riscos, em função dos ciclos econômicos e outras variáveis", explicou Meirelles. Ao ser questionado se uma dessas variáveis é a meta de inflação, que está em 4,50% ao ano no Brasil, o presidente do BC admitiu que esse é um dos itens que influenciam. "A redução da meta de inflação é uma experiência bem sucedida em vários países. A média dos países emergentes é de cerca 3% e a média dos amadurecidos é de cerca de 2%. É uma tendência natural que isso (meta menor) ajude a estabilizar um pouco mais a inflação", disse Meirelles.
Com um olhar de longo prazo, Meirelles afirmou que a tendência é que o Brasil conviva com juros menores no futuro. "Na medida em que os prêmios de risco continuem a cair como têm caído nos últimos anos, a tendência é uma diminuição também das taxas de juros. Portanto, essa seria uma tendência de longo prazo", disse. No início da semana, Meirelles anunciou que não terá cargo no novo governo Dilma e que terá a presidência da Associação Viva o Centro como uma das atividades a partir de 2011.
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