Recentemente, o dólar recuou ante o real, para abaixo de R$ 1,70
O Brasil está atento à força do real e vai agir rapidamente para conter qualquer apreciação da moeda, afirmou o Ministro da Fazenda, Guido Mantega. "Continuamos observando a trajetória do dólar e de outras moedas", disse Mantega a repórteres durante uma teleconferência. "Estamos prontos para adotar medidas adicionais no caso de uma nova apreciação do real."
O real permaneceu estável nos últimos meses, conforme a atenção do mercado financeiro voltou-se para as dívidas soberanas da Europa e a deterioração fiscal de alguns países da região, mas algumas das medidas para conter os receios dos investidores com a situação europeia provocaram um fortalecimento da moeda brasileira em dezembro.
Recentemente, o dólar recuou ante o real, para abaixo de R$ 1,70, levando o Banco Central a retomar a política de dois leilões diários de compra da moeda norte-americana. Mantega disse que os mercados de câmbio devem continuar sofrendo nos próximos meses os efeitos das taxas de juro baixas no âmbito internacional e das medidas de afrouxamento quantitativo adotadas pelo Federal Reserve (Fed).
O ministro afirmou também que o governo está trabalhando para reduzir os gastos públicos, na tentativa de desaquecer a demanda no Brasil. Os cortes de despesas em todos os ministérios serão implementados a partir do ano que vem e as medidas anunciadas na semana passada para conter o crédito também devem ajudar a arrefecer a economia e a reduzir a inflação, acrescentou.
A economia do Brasil cresceu 6,7% no terceiro trimestre na comparação com igual período do ano passado, segundo dados divulgados pelo IBGE. No segundo trimestre, o país registrou crescimento de 9,2% em relação ao mesmo intervalo de 2009.
"Se a inflação estiver sob controle e numa trajetória benigna, isso abriria espaço para uma redução nas taxas de juro se o banco central decidir seguir esse caminho", apontou Mantega. "Mas teremos de esperar e ver como a inflação se comporta no ano que vem."
Mantega acredita que o Brasil encerrará 2010 com uma taxa de inflação de 5,2% a 5,3%. Em 2011, a taxa deve ficar perto da meta do governo, de 4,5%, com dois pontos porcentuais a mais ou a menos.
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