Apesar de ter afirmado que manteria a maior parte dos seus secretários, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, provavelmente terá que fazer uma reforma de parte importante na sua equipe. Além de trocar o comando da Receita Federal - uma exigência da presidente eleita Dilma Rousseff -, já é uma certeza que o ministro vai ter que substituir o secretário de Assuntos Internacionais, Marcos Galvão, que assumirá a Embaixada do Brasil no Japão.
Além disso, é muito provável a saída do secretário de Política Econômica, Nelson Barbosa, cotado para assumir um cargo de assessor econômico no Palácio do Planalto, algum cargo no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ou até uma diretoria do BC. Protegido de Dilma, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, deve permanecer no cargo. Embora o governador eleito do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), tenha chegado a confirmar a ida de Augustin para ser seu secretário de Fazenda, o governo federal parece ter vencido o cabo de guerra.
Outro nome cuja tendência é de continuar é o secretário executivo, Nelson Machado. Petista de longa data, Machado conta com a confiança de Mantega, a despeito de ser apontado como o responsável pela grave crise causada pela troca na Secretaria da Receita Federal de Jorge Rachid por Lina Vieira. O destino do secretário de Acompanhamento Econômico, Antônio Henrique Silveira, que é muito próximo de Nelson Barbosa ainda é uma incógnita. Outro que pode deixar a equipe de Mantega é o atual chefe de gabinete, Luiz Eduardo Melin.
Especulações
Os nomes dos substitutos da maioria dos cargos ainda não estão sendo fortemente mencionados nos corredores da Pasta. A visita ontem do ex-presidente do BNDES, que trabalhou com Mantega no Ministério do Planejamento e no próprio BNDES, Demian Fiocca, estimulou as fofocas, embora não se saiba o motivo da presença dele no ministério.
Para a Receita Federal, as especulações giram em torno de três nomes: Carlos Alberto Barreto, Marcus Vinícius Neder e, correndo por fora, Valdir Simão, todos servidores de carreira do Fisco. Mas há quem defenda no governo uma solução de fora da Casa, o que pode só renovar as turbulências no órgão.
A categoria tem alto índice de corporativismo e é totalmente refratária a uma indicação de fora em uma fase de crise não totalmente sanada no órgão. Para líderes sindicais, um nome de fora representaria uma intervenção branca "perigosa" para a arrecadação.
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