O dólar manteve a tendência das últimas sessões e fechou em alta nesta quinta-feira, influenciado pelo exterior em um dia de menor volume por causa de um feriado nos Estados Unidos.
A moeda norte-americana subiu 0,47 por cento, para 1,719 real. Enquanto o mercado local fechava, o dólar tinha alta de 0,8 por cento em relação a uma cesta com as principais moedas e o euro caía quase 1 por cento.
Desde quinta-feira passada, o dólar subiu 2,4 por cento ante o real.
"Está havendo um movimento consistente de alta. O mercado não está volátil", disse Luiz Antônio Abdo, gerente da mesa de câmbio da corretora Souza Barros. "Estão olhando para a reunião do G20, e está havendo uma alta do dólar em relação ao mundo todo. E hoje apareceu de novo o que já falavam há um ano, de (questões fiscais em) Irlanda e Portugal."
A reunião do G20 --grupo com as principais economias do mundo-- acontece até esta sexta-feira na Coreia do Sul. As autoridades têm se dividido sobre a abordagem de questões como o câmbio flutuante e os desequilíbrios comerciais.
Além disso, o mercado tem se visto novamente às voltas com dúvidas fiscais sobre alguns países europeus. Nesta quinta-feira, a diferença de rendimento entre os bônus de 10 anos da Irlanda e o da Alemanha atingiu o maior nível já registrado, diante da desconfiança sobre a capacidade de que Dublin leve a cabo as drásticas medidas de austeridade fiscal.
BC FAZ APENAS UM LEILÃO
O feriado do Dia dos Veteranos nos Estados Unidos, porém, diminuiu a intensidade dos negócios no mercado global, mesmo com ao funcionamento das bolsas em Nova York.
De acordo com dados da clearing (câmara de compensação) da BM&FBovespa, haviam sido registrados 1,8 bilhão de dólares em operações até poucos minutos antes do fechamento.
Nesse cenário, o Banco Central realizou apenas um leilão de compra de dólares no mercado, no fim da tarde. A taxa de corte da operação foi de 1,7163 real.
Dados divulgados pelo BC na quarta-feira já revelaram um cenário de menor entrada de recursos no país em novembro, mesmo após o Federal Reserve anunciar o bilionário pacote de ajuda à economia dos Estados Unidos. Na primeira semana do mês, houve fluxo negativo de 1,406 bilhão de dólares no país.
Apesar da atuação mais branda do governo nesta sessão, investidores ainda aguardam possíveis medidas adicionais do governo após a reunião do G20 para evitar a alta do real.
Em Seul, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, reiterou essa possibilidade. "Medidas foram tomadas e há resultados positivos. É claro que se continuar, se persistir nessa direção, nós tomaremos outras medidas. Nós não permitiremos que o real se valorize em relação ao dólar de modo a prejudicar as exportações brasileiras", disse o ministro a jornalistas.
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