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29/10/2010 - Para BC, nível de incerteza está acima do usual.
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Os diretores do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), reconhecem que o atual quadro econômico ainda tem nível elevado de incerteza. "O Comitê reconhece um ambiente econômico em que prevalece nível de incerteza acima do usual, no qual os riscos restantes para a consolidação de um cenário inflacionário benigno se circunscrevem ao âmbito interno", citou a ata da reunião de outubro do Copom. De acordo com o texto, divulgado hoje, um exemplo dessa incerteza pode ser vista na expansão da demanda interna em um cenário de reduzida ociosidade nas fábricas.
"A esse respeito, é importante destacar que no passado recente tem sido observada certa estabilidade, em nível elevado, da taxa de ocupação da capacidade instalada", registrou o texto. A ata destaca ainda que é possível observar "certa moderação no dinamismo do mercado de trabalho". Essa acomodação, porém, só ocorre na iniciativa privada. Ou, como cita o texto, "ex-administração pública". "Nesse contexto, é plausível afirmar que os fatores de sustentação desses riscos domésticos mostram desaceleração", afirmou o documento.
Visão dos analistas
Na ata, os diretores do BC reconhecem que tem ocorrido uma divisão entre os economistas quanto à avaliação do cenário inflacionário. O texto explica ainda que "uma parte (dos analistas) percebe um cenário inflacionário benigno, no qual a taxa Selic permaneceria estável no horizonte relevante; ao mesmo tempo que outra parcela mostra ceticismo e advoga elevação da taxa básica". Ainda nesse trecho da ata, os membros do Copom reafirmam que, para o BC, os riscos "restantes para a consolidação de um cenário inflacionário benigno se circunscrevem ao âmbito interno". Atualmente, a Selic (a taxa básica de juros da economia) está em 10,75% ao ano. Já o centro da meta de inflação do governo para 2010 e 2011 é de 4,5%.

Curto prazo
A ata da reunião de outubro citou algumas vezes que a recente pressão de alta observada nos preços já estava contemplada nos cenários previstos pelo BC. Ou seja, a inflação maior não pegou ninguém de surpresa. No trecho 27 do documento, por exemplo, os diretores citam que "desde a última reunião, está em andamento a materialização de riscos de curto prazo com os quais o Copom já trabalhava naquela oportunidade".
Mesmo com a confirmação desses riscos de curto prazo, o Copom reafirma que "o balanço de riscos atual ainda aponta para a concretização de um cenário benigno, no qual a inflação seguiria consistente com a trajetória de metas". Essa convergência da inflação com a meta, segundo o BC, se deve "em grande parte" "ao ajuste da taxa básica implementado desde abril".





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