Déficit na conta de viagens internacionais totaliza US$ 1,1 bilhão em setembro, o pior resultado mensal da série histórica iniciada em 1947
Mesmo longe das férias, o brasileiro nunca gastou tanto em viagens internacionais. Dados divulgados nesta segunda-feira, 25, pelo Banco Central (BC) mostram que o déficit em viagens internacionais totalizou US$ 1,125 bilhão no mês passado, o pior resultado mensal da série histórica iniciada em 1947. O saldo é fruto de receitas de US$ 454 milhões e despesas de US$ 1,580 bilhão. Em setembro do ano passado, o déficit de viagens foi de US$ 652 milhões.
"O emprego e a renda explicam esse resultado tão forte. São fatores que estão presentes na economia brasileira e não devem se alterar num horizonte próximo", afirmou o chefe do departamento econômico do BC, Altamir Lopes.
Além do crescimento do emprego e da alta da renda, o dólar desvalorizado também contribui para o aumento dos gastos de brasileiros no exterior. Em outubro, a conta de viagens internacionais já acumula déficit de US$ 951 milhões, conforme os dados atualizados até esta segunda-feira.
No acumulado do ano, o saldo de viagens é negativo em US$ 7,146 bilhões, praticamente o dobro dos US$ 3,599 bilhões verificados em igual período do ano passado. As receitas com viagens neste ano somam US$ 4,322 bilhões e as despesas US$ 11,468 bilhões.
Altamir Lopes também informou que o déficit em transações correntes registrado em setembro, de US$ 3,850 bilhões, é o mais alto para os meses de setembro desde 1998, quando o rombo de transações correntes somou US$ 4,837 bilhões.
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