O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou hoje os resultados da pesquisa Monitor da Percepção Internacional do Brasil (MPI-BR) de outubro. Os resultados mostram que, neste mês, os agentes internacionais com atuação ou representação no País melhoraram a percepção em relação ao futuro da economia brasileira e ao cenário social, quando feita comparação aos resultados de julho, quando foi divulgada a primeira edição oficial da pesquisa.
Em contrapartida, nesses três meses, piorou a percepção dos agentes consultados em relação ao cenário político-institucional, com agravamento principalmente da percepção a respeito da situação de segurança jurídica do País. A coleta de informações foi realizada pelo Ipea no período entre 5 e 20 de outubro.
Na elaboração da pesquisa são consultadas cerca de 170 entidades, entre representações de governos (embaixadas e consulados), câmaras de comércio, empresas com controle estrangeiro e organizações multilaterais, com garantia de sigilo dado pelo Ipea. Na pesquisa divulgada hoje, a pontuação das questões sobre economia alcançou 27 pontos, contra 24 pontos, em julho. As questões sobre sociedade obtiveram 15 pontos, ante sete pontos na pesquisa anterior. Já as respostas às questões sobre política, governo e instituições registraram 20 pontos no MPI-BR divulgado hoje, perante 30 pontos do estudo anterior.
PIB
Nesta nova edição da pesquisa, as respostas do público consultado em relação ao desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos 12 meses alcançaram 59 pontos (a mesma pontuação da pesquisa anterior). Essa é uma perspectiva classificada como moderadamente otimista. A aposta dos agentes consultados é que o PIB crescerá entre 3,6% e 6% nos próximos 12 meses. Em contrapartida, foi obtida média de zero ponto (13 pontos na pesquisa anterior) para as respostas envolvendo perspectivas sobre a evolução da qualidade da infraestrutura de transportes nos últimos 12 meses.
No cenário institucional, o pior resultado foi apurado na pergunta sobre a situação da segurança jurídica no Brasil, com 14 pontos negativos nas respostas dadas pelos agentes internacionais (eram quatro pontos negativos na pesquisa anterior). Ou seja, no tema segurança jurídica, piorou a avaliação dos agentes internacionais dentro da faixa considerada como moderadamente pessimista ou desfavorável. Em sentido inverso, dentro do conjunto de perguntas sociais, alcançou 43 pontos (frente 32, na pesquisa anterior) a média das respostas a respeito das perspectivas para os próximos 12 meses sobre a população vivendo em condições de pobreza.
Escala
A escala desenvolvida pelo Ipea varia de 100 pontos negativos, para respostas muito pessimistas ou muito desfavoráveis, a 100 pontos positivos, para respostas muito otimistas ou favoráveis. As respostas que ficam na faixa entre 20 e 60 pontos na escala desenvolvida pelo Ipea são classificadas como "moderadamente otimistas ou favoráveis". Os resultados entre zero e 20 pontos significam respostas meramente "neutras". Pois os indicadores de sociedade marcaram 15 pontos, denotando a entendimento cauteloso que as entidades internacionais têm a respeito do futuro nesse setor.
A pesquisa é realizada a cada três meses, envolvendo um questionário com 15 perguntas objetivas. São seis perguntas sobre economia, outras seis perguntas sobre política, governo e instituições e três perguntas sobre sociedade. Cada resposta recebe uma pontuação individual. Dessa forma, para cada uma das 15 perguntas do questionário é realizado um cálculo parcial, por meio da média dos pontos. Por fim, é realizada a contagem das perguntas de cada um dos três índices temáticos principais, envolvendo as dimensões econômica, político-institucional e social, permitindo a obtenção das pontuações finais.
Nesta última pesquisa, o Ipea informa que MPI-BR é uma pesquisa qualitativa que tem por objetivo traduzir a avaliação de entidades internacionais que atuam ou têm representação no Brasil sobre o cenário econômico, social, político e institucional do País. O estudo divulgado hoje foi a segunda edição oficial do MPI-BR. A primeira edição foi apresentada em julho, embora o Ipea tenha realizado uma pesquisa piloto em janeiro.
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