Depois da Mercedes, Ford, Porsche, BMW e a chinesa JAC terão modelos no País
O mercado brasileiro terá, nos próximos meses, cinco automóveis híbridos à venda. Mais econômicos e menos poluentes, os modelos movidos a eletricidade e a gasolina são as principais apostas das montadoras na linha do carro "verde". A tecnologia é vista como intermediária entre o motor a combustão e os veículos totalmente elétricos.
Nos EUA, Europa e Japão, todas as montadoras investem hoje em produtos com esse apelo. No Brasil, por enquanto, serão só importados, inicialmente para um público restrito, por causa do preço. A Ford iniciará as vendas do Fusion no fim do mês. O sedã feito no México custará entre R$ 100 mil e R$ 150 mil.
A Mercedes-Benz, primeira a trazer um modelo híbrido ao País, o S400, vendeu 20 unidades desde junho. Importado da Alemanha, custa cerca de R$ 430 mil. Outro modelo que deve chegar nessa faixa de preço é o Porsche Cayenne. O BMW Série 7 deve custar cerca de R$ 650 mil. Já o chinês JAC J5 não tem preço estimado. Os cinco modelos estarão expostos no Salão do Automóvel de São Paulo, entre 27 de outubro e 7 de novembro.
Veículos importados da Europa pagam 35% de imposto de importação. Do México, são livres de tributos, pois o país tem acordo comercial com o Brasil.
O diretor global de sustentabilidade e meio ambiente da Ford, John Vieira, diz que a montadora estuda o uso de etanol para gerar a energia do carro híbrido. "Estudamos essa alternativa não só para o Brasil, mas também para os Estados Unidos, onde temos o E-85 (mistura de 85% de etanol de milho e 15% de gasolina).
Vieira veio ao Brasil para participar, ontem, de seminário promovido pela Ford sobre eletrificação e sustentabilidade. Nos próximos dez anos, a montadora pretende lançar modelos globais com as tecnologias híbrida e elétrica. Ele prevê que, em 2020, entre 10% e 25% de todos os veículos vendidos no mundo serão movidos a eletricidade. Desse volume, 75% serão híbridos.
Vieira acredita que, inicialmente, o mercado brasileiro de carros híbridos ou elétricos será pequeno. "O Brasil tem a opção do flex, que tem preço mais acessível", disse. Segundo ele, também nos Estados Unidos a questão do preço influencia o consumo. "Quando o preço da gasolina sobe, as vendas de híbridos aumentam; quando diminui, as vendas caem."
No ano passado foram vendidos cerca de 350 mil carros híbridos no mercado americano. Este ano o volume será menor, calcula Vieira, mesmo com incentivos oferecidos pelo governo local.
No Brasil, o governo estuda um programa de incentivos que pode incluir corte de impostos. "Temos de achar uma fórmula eficaz, mas grande parte será incentivo para o desenvolvimento tecnológico", diz Reginaldo Arcuri, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).
Ônibus. Ontem, também em São Paulo, a Volvo apresentou um ônibus híbrido (com motores a diesel e elétrico) que será testado na cidade durante três semanas. Fabricado na Suécia, o veículo já foi testado em Curitiba e no Rio. Segundo a montadora, "dependendo dos resultados, o veículo pode ser fabricado na unidade da Volvo em Curitiba e incorporado à frota da cidade para a Copa do Mundo de 2014".
PARA ENTENDER
Motor elétrico reduz emissão de poluentes
Há diversas variações de carros híbridos. A mais comum combina motor a combustão (gasolina ou diesel) e elétrico. Este último tem função de dar mais força na aceleração e mover o carro quando movimentado em baixa velocidade. O propulsor elétrico ajuda a reduzir o consumo de combustível e a emissão de poluentes em proporções de até 80%.
A eletricidade, que é acumulada na bateria, é gerada pelo motor a combustão ou pelo aproveitamento da energia de frenagem. Alguns podem ser ligados diretamente à tomada (os plug-in). Já os carros plenamente elétricos não têm motor a combustão. A bateria é maior, mas a autonomia é limitada, o tempo de recarga é longo e o custo é mais alto.
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